O investimento em genética de produtores e instituições de pesquisa deu origem à ovelha pantaneira, um animal que responde melhor as condições oferecidas pelo bioma da região. Esse é um exemplo da capacidade de resposta do Brasil para aumentar a produção e a qualidade do rebanho visando atender ao crescimento da demanda mundial por proteína animal. A observação do vice-presidente de Finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ademar Silva Junior, chamou a atenção no lançamento do Congresso Internacional da Carne, apresentado na manhã desta quinta-feira (24) na Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
O evento teve a presença de jornalistas e autoridades, visando consolidar a participação do Rio Grande do Sul no Congresso. “A Angus e a Hereford trouxeram grandes contribuições a melhoria da qualidade da carne e ao rebanho de Mato Grosso do Sul”, enfatizou o coordenador do Congresso, José Lemos Monteiro, citando duas das principais raças do rebanho gaúcho e fazendo referência .
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel, fez apresentação do evento ressaltando a abordagem especializada dos principais temas da atualidade para o segmento tais como sustentabilidade, sanidade animal, dinâmicas de mercado e modelos de cadeia produtiva que atendem demandas específicas de mercado, como o australiano. “Serão abordados grandes temas para mostrar o que nós temos e como estamos lidando com os desafios que o mundo nos coloca”, disse Riedel, destacando que será a oportunidade da pecuária brasileira se mostrar como vitrine para os mercados externos. “Entidades internacionais anunciam incessantemente a necessidade de aumento de produção. Vamos responder a esse chamamento com todo o protagonismo que o Brasil pode assumir nessa produção”, sustentou Riedel durante o almoço.
O Congresso Internacional da Carne será realizado em Campo Grande (MS), nos dias 7, 8 e 9 de junho de 2011. Além de palestras e painéis enfocando os rebanhos bovino, ovino e suíno, vai oferecer visitas técnicas proporcionando aos participantes a visualização dos elos que compõem a cadeia da carne. “Estamos organizando um evento que não é de Mato Grosso do Sul, mas da pecuária brasileira”, enfatizou Riedel.
A captação do evento é fruto de um trabalho da Famasul para evidenciar a pecuária nacional diante da crescente e declarada necessidade de aumento de produção de alimentos em escala mundial. “As projeções da FAO (órgão da Organização das Nações Unidas para a agricultura e alimentação) projetam que até 2030 haverá necessidade de aumentar em 34% a produção de carne bovina, 47% a suína e 55% de frango”, citou Ademar Junior, lembrando que o Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina e de frango, figurando entre os produtores mais expressivos de carne suína.
“O desafio deste congresso é de ser porta-voz. Temos de mostrar ao mundo, em especial a América do Sul, que temos condições sustentáveis de aumentar a produção com qualidade e preço competitivo”, ressaltou o dirigente, complementando que na atualidade, o mercado comprador brasileiro é o mais promissor para o setor pecuário, devido ao aumento do poder aquisitivo do consumidor brasileiro.
Durante o lançamento, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, destacou a necessidade de vencer barreiras protecionistas como as impostas pelo congresso americano para a penetração da carne brasileira nos EUA. José Lemos Monteiro também falou sobre os prejuízos da cheia no Pantanal. Dados da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) mostram que os prejuízos à pecuária sul-mato-grossense chegam a R$ 190 milhões, ainda que a cifra não contemple as perdas individuais de rebanho dos pecuaristas da região.
O Congresso Internacional da Carne é um evento rotativo realizado pela International Meat Secretariant. A próxima edição será realizada em Paris, na França, em 2012. O evento tem o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (Senar/MS), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de MS (Sebrae) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e conta com o patrocínio da Jonh Deere, Marfrig, JBS e AllFlex.
Rosane Amadori - Sato Comunicação
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