Na internet, encontrei uma frase atribuída a Voltaire que diz: "Não estou de acordo com o que dizes, mas lutarei até o fim para que tenha o direito de dizê-lo".
Durante o período em que estava com minhas movimentações limitadas, resolvi escrever tudo o que penso, sobre diversos assuntos. Foi a idéia que tive para me ajudar na sobrevivência durante aquele longo período, e para deixar para meus descendentes idéias que talvez pudessem ser úteis um dia, ou, se não forem, que ao menos sirvam para mostrar o que pensava seu antepassado.
Assim, como já havia anteriormente montado um blog destinado a mostrar aos filhos e netos, com descrições diárias, uma viajem de moto que fiz ao Chile, e outras que pretendia realizar, montei um outro blog, agora para arquivar meus textos, de modo a que, no futuro, pudessem ser por eles consultados se tivessem interesse.
Tanto no blog da viagem de moto, como neste, a intenção não era dar grande divulgação ao mesmo, e muito menos utilizá-los como fonte de renda, mas amigos motociclistas mais próximos na época acharam ótima a idéia, passaram a acompanhar a viagem, fazer comentários, dar sugestões de locais, e inclusive alguns também montaram seus próprios blogs para divulgar suas próximas viagens.
Como profissionalmente já havia trabalhado com sites anteriormente, pessoas mais próximas, inclusive amigos da imprensa, me solicitaram, e comecei a enviar-lhes cópias desses textos que agora escrevia, e alguns passaram a ser publicados, talvez por simples consideração a um amigo que estava enfermo, imobilizado.
Alguns textos foram muito bem recebidos, e outros nem tanto, mas a realidade é que as publicações em blogs, sites e jornais foram aumentando, e alguns textos ultrapassaram inclusive os limites geográficos do país, e foram publicados em países vizinhos, e também "além mar".
Claro que isso nos incentiva muito, mas também aumenta muito a responsabilidade de que dizemos, e, apesar de já mantermos uma média de dezenas de publicações de cada texto, outro dia me surpreendi com um redundante fracasso de publicação, pois um determinado texto só foi publicado por dois sites. Li, reli, e não consegui, até o momento entender o motivo, mas procurei, como sempre aprender algo com isso.
Primeiro que, retornando às origens do blog, minha intenção nem era publicar nada além do blog, que seria um simples arquivo dos textos, para visitação futura de meus descendentes. As publicações ocorridas foram consequências excelentes, de concordância, aceitação, mas nunca buscadas como objetivo do blog.
Declarações como a de Voltaire, só me dão a certeza de que escrever era mesmo o que tinha a fazer, durante meu período de impossibilidade de locomoção, e que, com o que ocorreu em seguida, que devo mesmo continuar, pois nunca seremos capazes de acertar sempre, mas não podemos perder as oportunidades, sejam as de dizer claramente o que pensamos, sejam as de aprender com os tropeços.
Com eles aprendemos que devemos olhar mais onde pisamos, pois no caminho podem existir mais pedras e buracos, dos quais podemos nos desviar se vistos com antecedência, e dos quais podemos tirar mais lições, como a de que podem nos derrubar, mas ao mesmo tempo servem de sombra para insetos e répteis.
Tropeços são parte inerente da vida, sem os quais, nossos e de outros, não temos como aprender, e usá-los como combustível para a viagem rumo ao sucesso. Mesmo ainda não tendo entendido claramente este último, já o estou usando na construção do caminho que pretendo continuar seguindo, e que certamente me levará ao acerto.
Autor:João Bosco Leal
www.joaoboscoleal.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário