sábado, 6 de dezembro de 2008

Este Jornal

Este Jornal era um arremedo de jornal, que nem o lobo mau da historinha infantil de Chico Buarque de Hollanda “Chapeuzinho Amarelo”. Com o primeiro exemplar nas mãos, tive um ataque de nervos: quantos erros ortográficos e de pontuação! E o design? Péssimo. Eu não conhecia o Renato Rech e perguntava a todos quem era esse “Assis Chateaubriand” do cerrado. Escrever um jornal não é tarefa fácil, para fazê-lo é necessário ter coragem, brios. Nossa cidade já teve outros jornais no passado, como o “Correio Bandeirantense”, em que publiquei alguns poemas. Mas todos eles tiveram vida curta, talvez porque seus donos não tiveram aqueles predicados ou por existir entre nós um certo descrédito para as coisas. Aqui tudo acaba na mesma rapidez com que começa. É falta de fé ou de planejamento no investimento? Procura-se resposta.

Então veio 2006 e, após assumir a Secretaria Municipal de Educação, conheci o nosso ‘Pedro Archanjo’ em uma reunião política na casa do professor Afonso. Simpatizei-me de imediato com tal personagem. Na ocasião, ele estava na companhia do Dr.Darci, colaborador do Jornal. Depois de um bom bate papo em meio a um suculento churrasco, combinamos um encontro na Secretaria de Educação, posteriormente. Recebi-o em minha sala, tomamos um cafezinho e conversamos amenidades por algumas horas. Ali, recebi o convite para escrever para o Jornal. Nascia então, “Livros e Cia”, uma coluna com o fim de registrar, através de artigos e crônicas, minhas vivências e experiências com os livros, a música e o cinema.
Sempre tive sorte com os jornais. A exemplo dos demais escritores, eles serviram para que eu me tornasse conhecido e publicasse meus textos. Jornal é coisa que seduz. Drummond tem um verso no ‘poema do jornal’que traduz bem isso: “Vem da sala de linotipos a doce música mecânica”. No curso de Letras da UCDB, na década de 90, fui editor do jornalzinho acadêmico ‘É Preciso’. Nessa mesma década publique poemas no jornal “Correio do Estado”. A propósito, meu amigo Zé da Farmácia, hoje em coma após um acidente de trânsito, lia e elogiava meus poemas. Dizia-me ele, com um sol nos olhos: “Hoje saiu mais um poema seu. Está bonito. Parabéns”. Eu flutuava. Adorava aqueles salamaleques. E me empenhava mais no estudo da poesia. Afinal, a gente tem que sempre melhorar, para merecer um elogio.

E como melhorou este Jornal, em 2007! Os erros ortográficos e de pontuação diminuíram e um novo design, com roupagem mais profissional, tornou-o mais bonito. A tiragem mensal aumentou, assim como a área de circulação. Além disso, surgiu a versão eletrônica na Internet. Êta gaúcho arretado este Renato Rech, pensei eu, cá com meus botões, como que diagnosticando: tem ambição. Os grandes jornais não surgiram daí, da ambição e talento de seus donos e sócios? Não foi assim com o “Jornal do Brasil”, “O Globo” e a “Folha de São Paulo”, entre outros?

O tempo não pára, diz Cazuza, em sua genialidade. Chegou, então, 2008, com suas tempestades. O bom comandante, entretanto, sabe controlar o barco e chegar incólume à terra firme, onde, com os seus, comemora a vitória. É de vitória, pois, a trajetória deste Jornal, até esta data, sendo os méritos todos do nosso amigo Renato Rech, que, com certeza, começa a colher os frutos da sua persistência (ou seria teimosia?). Espero continuar a escrever neste Jornal, que, em breve, se tornará o “The New York Times” do nosso estado e país. Com a benção de Mãe Menininha do Gantois: Axé, Renato.
Por: Adeblando Silva

JBN Comemorando seu 4º ano

Há 4 anos, no dia 20 de novembro de 2004, o jornal Bandeirantes News foi pela primeira vez distribuído no comércio, repartições publicas e nas ruas de Bandeirantes. Surgia o mensário que durante esses anos não se deixou amordaçar.

Renato Rech, Thomás e Renato da Costa Rech os fundadores do Jornal Bandeirantes News, são homens que não podíamos deixar de celebrar. Foram eles que, desde 2004, buscaram publicar um jornal inicialmente em Bandeirantes e depois o estendendo pela região. Relevaram o interesse público que representa esta mídia para Bandeirantes, Jaraguari, Rochedo, Corguinho, Rio negro e demais cidades da região.

O Jornal Bandeirantes News veio preencher uma necessidade. As cidades e a população da região passaram a dispor de um jornal, digno, independente, sério, um porta-voz ou tribuna onde os seus problemas, interesses, necessidades e casos sejam revelados a região ao nosso Estado e Nação.

Mas celebro de forma particular o Sr Renato Rech, que dirige o jornal, sem ceder a pressões nem dele retirar benefícios, fazendo um jornal vivo, dinâmico, imparcial, atuante e interessado, de estimável valor cultural. O Jornal Bandeirantes News é o porta-voz dos anseios justos das populações das cidades que servimos. Postula a verdade, a razão e a justiça como o norte editorial do jornal. O seu principal objetivo é a defesa dos interesses das populações das cidades em que está presente, ganhando assim credibilidade, respeito e expansão regional e não servir homens ou interesses de grupos.

Renato Rech deu vida a uma equipe entusiástica que se renovou ao longo dos quatro anos e que renovou com cunho profissional o jornalismo que se faz. Uma equipe que partilha um objetivo gigante para um pequeno jornal em tempo de dificuldades. Dá a sua modesta contribuição à necessidade regional de uma Imprensa esclarecida, independente, informada, que ajuda as pessoas a transformarem-se e a terem uma visão mais correta do seu lugar na vida e na sociedade sulmatogrossense.

Essa temeridade e determinação na defesa dos seus ideais foram punidas com ameaças e agressões físicas, mas continua à luta por princípios de verdade e justiça.

Durante estes 4 anos, o Jornal Bandeirantes News desafiou as probabilidades que lhe anunciavam morte prematura, imposta por obstáculos plantados em seu caminho por pessoas que não sabem conviver democraticamente. Mesmo assim não cedeu, nem vendeu a sua independência, o seu patrimônio editorial, a memória de todos os que batalham e se sacrificam para que o jornal chegue à casa dos leitores.

Hoje a população de Bandeirantes e região tem quem lhe dê voz, têm um jornal onde os seus interesses, necessidades e anseios adquiram notoriedade pública e publicada. Tem quem escrutine a gestão municipal, quem interpele o executivo e o legislativo.

Não falta matéria-prima para dar notícia sobre Bandeirantes e região, nem faltam assuntos a merecer investigação jornalística. O que falta é saúde democrática. Os jornais e os outros meios de comunicação social são justamente considerados pelos democratas como instrumentos indispensáveis à vida civilizada.

A história dá-nos exemplos que só teme a informação quem se pauta por relações patrimonialistas, quem quer abafar protestos, reivindicações ou calar a descoberta da verdade. Mas nos seus avanços e recuos, as populações e os povos acabam sempre por descortinar os caminhos de uma vida melhor.

Celebrar a informação independente e o jornalismo cívico é um tributo ao Jornal Bandeirantes News e o reconhecimento da sua importância nas cidades em que esta presente.
Fonte: JBN