Os jogadores de qualidade estão no elenco. A posse de bola é característica importante. A ausência de intensidade, entretanto, atrapalha o Inter no início de 2011. A capacidade de pressionar o adversário com força e insistência, como um lutador que encurrala o advesário contra as cordas, até que ele não aguente mais está ausente na equipe de Celso Roth.
Essa força faltou ao time contra o São Luiz, no Beira-Rio. Mesmo tendo atuado por 50 minutos com um homem a mais, devido a expulsão de Daril, o Colorado não conseguiu marcar um gol sequer, tendo que sentir a amargura de um 0 a 0 em casa na quinta rodada do segundo turno do Campeonato Gaúcho. Esse é o segundo placar zerado seguido que os atuais campeões da América computam como mandantes.
A chuva podia ser o prenuncio de que a seca de gols de Cavenaghi terminaria. O argentino teve suas chances, mas aumentou a sua série sem marcar para 14 jogos, oito deles pelo Inter e seis pelo Mallorca.
A partida marcou o retorno de D`Alessandro. O argentino entrou no intervalo, acertou a trave em um chute de longa distância. O lance manteve o resultado inerte. O Inter segue na liderança do Grupo 1, com nove pontos, mas pode perder a posição caso o Lajeadense vença no domingo. O Glorioso chegou aos seis pontos, saltando para a terceira posição da chave.
No meio de semana, o Inter enfrenta o Jorge Wilstermann pela Libertadores. No próximo domingo, os colorados enfrentam o Lajeandense, fora de casa, enquanto o São Luiz recebe o Novo Hamburgo.
O jogo - Para tentar travar o Inter, o São Luiz avançou o ala Danilo, tirando espaço de Kleber, um dos expoentes técnicos colorado. Com até quatro jogadores no campo do adversário, a saída de bola dos donos da casa estava estrangulada. Essa pressão resultou em lance perigoso para os visitantes, salvo em grande defesa de Lauro.
No meio para frente, a equipe funcionava quando Oscar participava da jogada. O meia, com velocidade e habilidade, criava os espaços, aparentemente, inexistentes.
Cavenaghi esperava a oportunidade para marcar seu primeiro gol pelo clube. Mesmo com dificuldades para ser acionado, a chance apareceu aos 12 minutos. Na risca da pequena área, o argentino tocou de tornozelo na bola, finalizando para fora e ampliando a sua seca, na molhada tarde de Porto Alegre.
Zé Roberto, indicação e aposta de Celso Roth, voltou a sucumbir dentro do Beira-Rio. O meia-atacante simplesmente não conseguiu vitórias pessoais. Os dribles não se concretizavam. Os zagueiros se antecipavam com facilidade e as vaias voltaram a aparecer nas arquibancadas.
Aos poucos o vigor do São Luiz diminuiu, o Inter conseguiu jogar mais no ataque, finalizando o primeiro tempo com nove chutes a gol. Além do lance desperdiçado por Cavenaghi, Oscar, em chute de fora da área defendido pelo goleiro, criou o outro momento perigoso para os colorados. Antes do intervalo, Daril recebeu o segundo cartão amarelo, deixando o Glorioso com um homem a menos.
A vantagem numérica e os ingressos de D`Alessandro e Rafael Sóbis tornaram a etapa final em um jogo completamente dominado pelo time de Roth. A pressão colorada não foi daquelas sufocantes, como se espera em um confronto entre adversários de níveis tão diferentes, falta intensidade aos colorados para isso, mas o Inter forçava. O pecado era a ausência de um acabamento melhor das jogadas, seja no cruzamento ou no último passe, permitindo uma finalização com chance real para marcar.
O tempo era aliado do São Luiz. Ele passava e o Inter não conseguia mostrar capacidade para resolver o problema que estava a sua frente. A primeira grande chance foi dos visitantes, quando Carlos bateu prensado de dentro da área colorada.
A tarde feia, nublada e chuvosa, ganhou um pouco de beleza com D`Alessandro. Da intermediária, o argentino dominou a bola, levantou-a do chão e sem deixá-la cair em emendou o chute, acertando o travessão. Cavenaghi ainda teve mais uma tentativa para ir às redes, mas seu toque de calcanhar parou no goleiro Vanderlei.
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