segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A DEPENDENCIA DE UM POVO

Mês da Dependencia

No mês em que comemoramos o 7 de setembro, feriado nacional do Dia da Independência, me vem a mente a total dependência da sociedade em que vivemos.
As pessoas, em especial jovens, são dependentes de drogas e destroem suas famílias. Para que essas famílias sobrevivam, dependem do sistema de saúde, que é cheio de falhas, como mostramos na edição passada. Corrigir as falhas do sistema depende de vontade política, que depende de bons políticos, espécie em extinção hoje em dia. Na cadeia de dependência, o mercado de trabalho é a mesma coisa, não cobramos os políticos pelos seus atos, porque queremos um emprego ou por que pensamos que poderemos um dia ter esse emprego.
Nossa independência é tão fictícia que basta dar um problema no mercado imobiliário do outro lado do mundo para que pessoas sejam demitidas na construção civil daqui. Nessa hora, repenso a frase de dom Pedro I: “Independência ou morte”. Hoje, a frase às margens do Ipiranga seria: dependência e morte.
Não falo isso por falta de esperança, mas por saber que estamos enredados numa trama de falsa globalização, na qual tudo depende de tudo e a independência é paga com a exclusão. Um bom exemplo disso são as comunidades que vivem na periferia das cidades. O resultado é que a carência delas fere os olhos da sociedade.
Não somos mais explorados por Portugal, somos explorados por nós mesmos, pelos desejos que alimentamos. Não somos independentes por que a independência não mais nos enche os olhos. Queremos e alimentamos a rede da dependência, emprego político, vale transporte, bolsa família, cota racial em universidades, sacolões, vale renda, vale gás e sei la quantas coisas mais.
Proclamar a independência vai além de dar um grito na beira de um riacho, é dar um salto na vida. Podemos repensar nossas vidas para buscar uma saída digna e justa em como ser menos dependentes, e nos respeitarmos a nós mesmos, para que desta forma também sejamos respeitados pela sociedade em que vivemos e não mais considerados excluídos e massa de manobra para sustentá-los no poder.
Renato Rech.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A parte que cabe aos Municipios


Quando foram eleitos ou reeleitos para os próximos quatro anos, nas eleições de outubro passado, e a posse realizada quinta-feira dia 1º, em mais de 5,5 mil municípios, os novos prefeitos assumem o cargo em meio a uma realidade completamente mudada pela crise.
O país em dificuldades de toda ordem, incluindo rivalidades políticas muitas vezes acirradas, nem sempre permitem um processo de transição adequado, é importante que os gestores se disponham agora a agir ao mesmo tempo com firmeza e ponderação e sempre com o máximo de transparência frente aos munícipes.
Assim como o governo federal e o dos Estados, também as administrações municipais precisam fazer sua parte diante de um cenário global adverso, revendo gastos e mesmo adiando promessas de campanha caso tenham necessidade.
Enquanto não houver maior clareza sobre o impacto da crise nas finanças do setor público, qualquer bom gestor precisa assumir o compromisso de manter a máquina da Prefeitura sem interrupção, com o mínimo de gastos.
De imediato, para quem está assumindo ou reassumindo o posto, isso significa inteirar-se das condições do municípios para enfrentar efeitos climáticos típicos dessa época, como secas ou cheias, e conferir, por exemplo, a situação da merenda e do transporte escolar, para evitar contratempos depois da retomada do ano letivo.
Mas é importante, sobretudo, que vigie os gastos com custeio, evitando ficar sem recursos para a continuidade de programas sociais e para ações de infraestrutura, principalmente as de caráter emergencial.Inicialmente rechaçada pela maioria dos prefeitos na época de sua criação, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) constitui-se hoje numa garantia de gestão sem sobressaltos. Isso porque impôs uma série de limitações aos dispêndios dos gestores, além de ter acabado com uma prática perversa, que era a transferência de dívidas e de compromissos financeiros contraídos numa administração para a outra.
Ainda assim, persistem pressões de gastos como a recente tentativa do Senado de recriar mais de 7 mil cargos de vereadores em todo o país. E isso sem a preocupação de conter um impacto financeiro na maioria das vezes já elevado demais nas Câmaras, o que acaba comprometendo verbas já escassas para o atendimento das demandas dos munícipes.
Períodos de maior dificuldade econômica desafiam os prefeitos empossados a recorrerem a maior criatividade para compensar a necessidade de uma contenção dos gastos, pelo menos até uma definição clara sobre a extensão dos efeitos da crise global.
É importante que os novos administradores, assim como os governantes em âmbito estadual e federal, busquem formas de contribuir para conter o desaquecimento econômico e, em conseqüência, para garantir níveis de emprego mais adequados às nescessidades locais.
Fonte: JBN