quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A PSICOMOTRICIDADE E A ESCOLA

Psicomotricidade é a educação do homem pelo movimento. De acordo com o Ministério da Educação e do Desporto (MEC) e Secretaria de Educação Especial, a Psicomotricidade é a integração das funções motrizes e mentais, sob o efeito do desenvolvimento do sistema nervoso, destacando as relações existentes entre a motricidade, a mente e a afetividade do indivíduo.

Segundo Mutschele, o mundo é unânime em afirmar que o exercício físico é muito necessário para o desenvolvimento mental, corporal e emocional do ser humano e em especial da criança. O exercício físico estimula a respiração, a circulação, o aparelho excretor, além de fortalecer os ossos, músculos e aumentar a capacidade física geral, dando ao corpo um pleno desenvolvimento.

Quanto à parte mental, se a criança possuir um bom controle motor, poderá explorar o mundo exterior, fazer experiências concretas, adquirir várias noções básicas para o próprio desenvolvimento da mente, o que permitirá também tomar conhecimento de si mesma e do mundo que a rodeia. Emocionalmente, a criança conseguirá todas as possibilidades para movimentar-se e descobrir o mundo, tornar-se feliz, adaptada, livre, socialmente independente. É bom sempre frisar que a criança percebe-se e percebe o mundo exterior através do corpo e por ele se relaciona com os objetos e fatos. O seu comportamento liga-se à ação corporal que abrange três noções: a do corpo, a dos objetos e a dos demais corpos.

Mutschele descreve o desenvolvimento motor da criança em quatros estádios, que vão desde o nascimento até os oito anos de idade. No último estádio (6 a 8 anos), o marco fundamental é a escolarização. Isso porque ela vai penetrar no chamado mundo adulto. A escola é uma forma de saciar sua curiosidade, realizar seu desejo de ser grande, de penetrar o mundo dos grandes. É a descoberta da vida pública, social e isto ajudará no crescimento de sua personalidade. A responsabilidade da escola é imensa. Deve ser o local próprio para vivências, descobertas, experiências, contato com natureza, manipulação de objetos etc., porque é a idade em que a curiosidade e o interesse infantil estão mais desenvolvidos.

A educação psicomotriz não deve ser trabalhada desvinculada do mundo do qual o homem faz parte, pois além de aprender a controlar o seu próprio corpo, a criança precisa conhecer e respeitar o outro, adquirindo assim as noções de moral e conseguindo conviver harmoniosamente com os demais. O homem é um todo e, sendo assim, para conseguir atingir os objetivos propostos pela educação psicomotriz, é necessário considerar também os seres, os objetos e os outros homens como parte integrante deste homem.

Para Oliveira, a Psicomotricidade se propõe a permitir ao homem sentir-se bem consigo mesmo, permitir que se assuma como realidade corporal, possibilitando-lhe a livre expressão de seu ser. Isso não significa considerar a Psicomotricidade como algo que vá resolver todos os problemas encontrados em sala de aula. Ela é apenas um meio de auxiliar a criança a superar suas dificuldades e prevenir possíveis inadaptações, proporcionando ao aluno algumas condições mínimas a um bom desempenho escolar, aumentando o seu potencial motor e dando-lhe recursos para que se saia bem na escola.

Autor:Paulo César Ribeiro Martins
Doutor em Psicologia pela PUCCAMP
Professor da UEMS/AEMS/FIPAR
Psicólogo Clínico em Três Lagoas/MS
(67) 81026363/(67) 99174065

Um comentário:

Unknown disse...

Esses esclarecimentos são muito importante para nós educadores, nos ajudam a compreender melhor nossos educandos,facilitando nosso trabalho no dia a dia em sala de aula. MFB