ASSUNÇÃO (Reuters) - Sob uma chuva constante que levou a uma mudança na programação, o Paraguai começou neste sábado a comemorar o bicentenário do país, em uma celebração que reuniu presidentes de países da região e reavivou o fervor patriótico.
O temporal deixou às escuras uma cerimônia em que estavam presentes os presidentes do Uruguai, José Mujica, e da Bolívia, Evo Morales, juntamente com outras delegações que acompanharão o presidente Fernando Lugo nas homenagens aos heróis da independência de dois séculos atrás.
Apesar do tempo instável, a expectativa é de que milhares de paraguaios participem das comemorações, que incluem desfiles, festivais e uma queima de fogos e marca o fim de uma semana de atividades que mudou a rotina da tranquila Assunção.
"Que parafernália!", exclamou Mujica em seu estilo coloquial, saudando o presidente do Paraguai na sede do governo.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, cancelou sua visita na última hora devido aos problemas climáticos, de acordo com um porta-voz do governo em Buenos Aires. A presidente Dilma Rousseff também não compareceu às comemorações, após receber recomendação médica para cancelar a viagem.
Durante a semana o Senado brasileiro aprovou o aumento de três vezes no pagamento feito ao Paraguai pela energia gerada na usina binacional de Itaipu.
O aumento foi resultado de um acordo entre Lugo e ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e permitiu que o presidente paraguaio cumprisse uma promessa feita durante a campanha que o levou ao poder em 2008.
Fortalecido pela constatação de que realizará projetos sociais adiados, Lugo também vai tentar capitalizar o clima de alegria à medida que transcorre seu terceiro ano de mandato e parte da população se mostra decepcionada por não notar qualquer mudança no país, de acordo com pesquisas recentes.
(Por Daniela Desantis, reportagem adicional de Mariel Cristaldo)
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