A terapeuta ocupacional Beatriz Cordeiro Abagge, de 47 anos, foi condenada neste sábado, por quatro votos a três, a 21 anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto, sob a acusação de ter participado da morte do menino Evandro Ramos Caetano, em suposta sessão de magia negra, em 1992, em Guaratuba, no litoral do Paraná. À pena base de 15 anos foram acrescidos agravantes como o fato de ter havido promessa de pagamento e o menino ter seis anos na época.
A acusada cumpriu pouco mais de cinco anos e nove meses da pena e terá o direito de recorrer em liberdade. O advogado Adel El Tasse disse que, nos próximos dias, entrará com recurso pedindo a anulação do júri. Ele alegará, entre outras coisas, a incompetência do juízo de Curitiba e o cerceamento de defesa. "Sou inocente e vou continuar gritando a minha inocência", disse Beatriz, ao sair do prédio. "Fui torturada para confessar um crime que jamais cometi."
Este foi o segundo julgamento de que ela participou sobre o mesmo caso. No primeiro, realizado em São José dos Pinhais, em 1998, ela foi absolvida juntamente com a mãe, Celina Abagge, mulher do ex-prefeito de Guaratuba Aldo Abagge, já falecido. Por ter mais de 70 anos, ela não foi submetida a novo júri. O Ministério Público havia recorrido e conseguido anular o júri. "Fiquei indignada porque somos inocentes", disse Celina ao deixar o fórum. Pouco antes ela havia desmaiado. "Não acredito mais na Justiça, a tortura foi liberada no Paraná, não é mais crime", afirmou.
Agencia Estado
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