Quase 88 mil pessoas que estiveram no estádio de Wembley, em Londres, neste sábado viram a excelência da escola de futebol na Catalunha. O Barcelona trocou passes insistentemente como gosta, teve Messi em nova atuação brilhante e percebeu que tinha o Manchester United como adversário por pouco minutos. Venceu a final da Copa dos Campeões por 3 a 1 para ser tetracampeão do torneio.
Embora acuado no início, o time de Guardiola logo achou seu jogo para abrir o placar com Pedro aos 27 minutos do primeiro tempo. Rooney empatou aos 33, mas os ingleses pouco tocaram na bola no segundo tempo. Messi, aos nove, e Villa, com um golaço aos 24 minutos, definiram a vitória.
O Barcelona provou em campo, pela segunda vez, que seu estilo de formar jogadores supera a estratégia do Manchester de garimpar atletas. De quebra, Messi foi o artilheiro do torneio pela terceira vez consecutiva, desta vez com 12 gols, e Guardiola levantou o troféu no mesmo Wembley em que fez festa com o título em 1992, quando era jogador.
O jogo - Como na final de 2009, o Manchester United conseguiu conter o Barcelona nos dez primeiros minutos da decisão. Mas desta vez, a ponto de desesperá-lo. O time de Alex Ferguson marcou a saída de bola catalã sob pressão nos laterais Daniel Alves e Abidal e também nos zagueiros - Piqué e o improvisado Mascherano.
A equipe de Guardiola não conseguia trocar passes curtos como gosta e a supremacia inglesa na partida ficou evidenciada em uma bola que Daniel Alves deixou nos pés de Park e dois chutões de Valdés após recuos errados de Piqué. O goleiro ainda trabalhou como zagueiro ao se antecipar a Rooney na área e afastar com um tapa.
Messi, então, resolveu aparecer no campo de defesa para ter a bola em seus pés e mostrar aos companheiros o que fazer com ela. Logo procurou Iniesta e Xavi para colocá-los no jogo, obrigando-os a se movimentar no meio-campo para a equipe ditar o ritmo do confronto, como costuma fazer há três temporadas.
Quando o Manchester percebeu, já tinha, segundo a Uefa, só 29% da posse de bola, contra 71% do adversário. Quem passou a ser dominado foi o time inglês, que também começou a errar passes fáceis na defesa. Cenário perfeito para Xavi, Iniesta cumprirem as expectativas e se tornarem protagonistas da final.
Após reanimar seus colegas, Messi deixou de ser um ponta ou um falso centroavante para se colocar onde prefere: nas costas do volante. Carrick se esforçou, mas não conseguiu parar as arrancadas do baixinho argentino. E o resto do time inglês também se perdeu. Villa estava sempre livre na área, Xaci e Iniesta avançavam sem nenhuma marcação e Daniel Alves logo se posicionou como um ponta direita sem ser incomodado.
Dos homens de frente do Barcelona, faltava somente Pedro aparecer. Xavi fez isso acontecer de maneira decisiva. O meio-campista, capitão do Barça, carregou a bola pela esquerda e a prendeu até o momento exato de soltá-la no pé do atacante, que recebeu livre na área pela direita e tocou na saída de Van der Sar para abrir o placar aos 27 minutos do primeiro tempo.
Definitivamente, o jogo estava nas mãos do Barcelona. Alex Ferguson já mandava seus reservas aquecerem. Mas o treinador se esqueceu que tinha Rooney em campo. Aos 33 minutos, o atacante arrancou pela direita passando por quem via pela frente e tabelou com Giggs antes de entrar na área para bater com precisão, força e categoria no ângulo de Valdés antes da chegada de Mascherano.
O Barcelona mostrou novamente um raro desespero pelo empate, mas ainda tentava continuar impondo seu ritmo. E se o Manchester tem Rooney, o Barcelona tem Messi. O camisa 10 mostrou todo o seu repertório, chegando a deixar Vidic no chão após colocar a bola entre suas pernas. As arrancadas do craque sempre encontravam alguém livre na área, na maioria das vezes Villa. Só faltava ter chance de finalizar.
Na volta para o segundo tempo, o melhor jogador do mundo fez o que os torcedores do Barça, maioria em Wembley, tanto pediu. O time espanhol não deu chance ao inglês, trocando passes na área. O gol era questão de tempo, e apareceu quando Messi surpreendeu: em vez de dar sequência à troca de passes, chutou forte de esquerda para fazer 2 a 1 aos nove minutos.
A partir daí, só se percebeu que havia alguém do Manchester em campo quando Valencia apelava para faltas violentas. Messi driblava e passava como queria, enquanto todos os seus companheiros tocavam curto e rápido, cumprindo a promessa de Guardiola de mostrar neste sábado ao mundo a escola de futebol da Catalunha.
Estava tão fácil que Messi não fez um gol de letra, após passe de Daniel Alves, porque o lateral brasileiro Fábio salvou. Embora o argentino fosse o craque do jogo, o golaço da final estava reservado para Villa, que aproveitou jogada iniciada pelo camisa 10 para bater com efeito, de cobertura no ângulo de Van der Sar, e fazer 3 a 1 aos 24 minutos do segundo tempo.
O dono do troféu da Copa dos Campeões já era conhecido. E o Barcelona celebrou seu tetracampeonato como gosta: trocando passes curtos e rápidos, de maneira irritante principalmente para o Manchester United, que pela segunda vez dominou o elogiado adversário por dez minutos e depois entrou na roda. Rotina para quem tem o maior símbolo catalão pela frente.
Agência Gazeta Press
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