Fonte: Canal Rural
Grãos foram desenvolvidos especialmente para a alimentação humana
Duas novas variedades de soja convencional desenvolvidas em Minas Gerais vão entrar no mercado este ano. A novidade é que foram desenvolvidas especialmente para a alimentação humana. Duas mil pessoas experimentaram e 90% aprovaram o sabor, que lembra o feijão.
Na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Página (Epamig), em Uberaba, um estudo de melhoramento genético para a soja vem nos últimos 10 anos buscando produtos diferenciados. Desde 2004, a alimentação humana ganhou destaque com uma parceria com Embrapa e Fundação Triangulo.
A pesquisa trabalha principalmente com material genético com ausência de uma enzima, a lipoxigenase , que determina o sabor original da soja que desagrada o paladar da maioria dos brasileiros. Mas só isso não basta, as variedades têm que ser viáveis economicamente.
A soja tem que agradar produtores e consumidores. Nesta busca foram selecionadas apenas duas que se destacaram e vão entrar no mercado ainda este ano. Cada uma tem um destino na culinária brasileira, a marrom para pratos quentes e a amarela para saladas e sucos.
– É um trabalho que você tem que ter características do campo na planta, que tem que ser produtiva, adaptada ao ambiente, resistente às principais doenças e ter a qualidade do grão pra alimentação, que é o sabor agradável, a aparência do grão. O amarelo é inteiro amarelo e o marrom é inteiro marrom, uma aparência bonita, tamanho do grão – explica a pesquisadora da Epamig Ana Cristina Juhasz.
Entrar no mercado é também um desafio. Este ano os consumidores vão poder encontrar nas prateleiras as duas variedades. A quantidade ainda é pequena, cerca de 400 toneladas. Foi criada uma marca, Soja de Minas, que vai acompanhar o resultado da pesquisa da porteira pra fora.
– A soja tem todas as características para a alimentação humana, porém o mercado não conhece isso. Então através de uma parceria com APL, de biotecnologia, com o apoio do Sebrae e da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, foi criada esta marca com o objetivo exatamente de dar uma marca para estas sojas especiais, desenvolvidas aqui em Minas Gerais. É como se fosse um selo de garantia de que é uma soja desenvolvida para alimentação humana – explica o difusor de Tecnologia da Epamig, Reginério Soares de Faria.
Para abrir o mercado, uma das frentes de trabalho é o projeto piloto em Uberaba que vai colocar, a partir do segundo semestre deste ano, esta soja na merenda escolar.
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