sexta-feira, 6 de maio de 2011

CINEMA:"Velozes e Furiosos 5" e a unificação da franquia

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Oito homens e bem poucos segredos










O quinto filme da franquia "furiosa" começa exatamente do ponto em que o anterior terminou. Dominic Toretto (Vin Diesel) está preso e cabe a seu amigo/rival Brian O’Conner (Paul Walker) resgatá-lo, junto de sua irmã, Mia (Jordana Brewster). Se o “4” acaba com a tentativa de fuga, a primeira cena do “5” é a fuga completa. E dá-lhe ronco de motor e trilha tensa.

Corta para o Rio de Janeiro (cidade-cenário de duas outras grandes produções recentes: “Rio” e “Mercenários” – apesar de ser cenário, propriamente dito, apenas da última). O’Conner e Mia sobem o morro de Santa Marta para se encontrarem com Vince (Matt Schulze), que os convence que precisam fazer mais um trabalho, durante o qual Dom reaparece. E dá-lhe ronco de motor e trilha tensa.

O trabalho, obviamente, não dá tão certo e eles precisam fugir. Agora eles ficam entre um bandidão carioca (Joaquim de Almeida) e um grande (literalmente) agente do FBI (Dwayne "The Rock" Johnson). Entre muito ronco de motor e trilha tensa, entremeados por diálogos dos mais cafonas, o filme se constrói. O argumento é primário mesmo e não há problemas nisso.

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Esse é um dos momentos em que o pessoal ficou entediado com a leitura do roteiro











O diretor, Justin Lin, à frente da franquia desde o “Desafio em Tóquio”, sabe que seus espectadores não querem saber de nada mais que ronco de motor, trilha tensa e um ou outro diálogo mais engraçadinho. E tudo bem nisso, desde que entremeado com perseguições alucinantes. A bilheteria de estreia americana é prova de que a fórmula é mais do que acertada.

O ápice do filme envolve a reunião de um time para quebrar Reis, o bandidão carioca, roubando tudo o que ele possui. É na reunião desse time que fica a unificação narrativa dos filmes, até então muito fragmentados. Voltam Roman (Tyrese Gibson) e Tej (Ludacris), do segundo filme; Han (Sung Kang), do terceiro; e Léo (Tego Calderon) e Santos (Don Omar), do quarto. Esses últimos responsáveis pelo alívio cômico. A eles se juntam Gisele (Gal Gadot), também do quarto.

Aqui no Brasil, muito vai se falar sobre os problemas de retratação. Sotaques estranhos, um roubo a um trem no Rio de Janeiro, inconsistências históricas e o cartel montado no Leblon serão alvo de piadas fáceis. Mas se você está assistindo um “Veloses e Furiosos”, não deve estar atrás de uma retratação apurada. Por outro lado, há aquela cena em que eles deixam, tranquilamente, um carro com as janelas abertas no meio de uma favela.

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Um dos grandes encontros da história do cinema











Por fim, para os loucos por testosterona, há ainda um momento que é quase tão histórico quanto o encontro de de Niro e Pacino em “Fogo Contra Fogo”, de Michael Mann. Vin Diesel cai na porrada com Dwayne Johnson. Para fins de comparação, é como se, no final dos anos 80, um filme mostrasse uma cena de luta entre Arnold Schwarzenegger e Silvester Stalone. O longa já vale por isso.

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