TÓQUIO (Reuters) - Um funcionário que trabalhava na usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, morreu neste sábado, informou a operadora Tokyo Electric Power, elevando o número de mortos no complexo para três pessoas, desde que um devastador terremoto e tsunami atingiram o país, em março.
Apesar da prolongada crise nuclear, o primeiro-ministro, Naoto Kan, deve anunciar, em um encontro do G8, na França, que os japoneses continuarão usando esse tipo de energia, informou o jornal Yomiuri.
A causa da morte do funcionário é desconhecida. O homem, que tinha cerca de 60 anos, foi contratado por uma das empresas da Tokyo Electric e começou a trabalhar na usina na sexta-feira. Ele foi exposto a 0,17 milisievert de radiação neste sábado, informou a Tokyo Electric.
De acordo com o governo japonês, o nível máximo de exposição para homens na usina é de 250 milisieverts, devido à duração dos esforços para controlar o problema.
O funcionário adoeceu 50 minutos depois de começar a trabalhar e foi levado inconsciente para a enfermaria da usina. Depois, foi transferido para um hospital próximo, e sua morte foi confirmada, informou um porta-voz da Tokyo Electric.
As condições de trabalho na usina são difíceis. Goshi Hosono, conselheiro especial do premiê e legislador do Partido Democrático, levantou na quarta-feira preocupações quanto ao ambiente de trabalho no complexo de Fukushima.
"Eu gostaria de gastar a minha energia melhorando as condições de trabalho. Muitas pessoas nos disseram que o ambiente de trabalho (na usina) é muito ruim," afirmou Hosono em coletiva de imprensa.
O tremor e o tsunami, ocorridos em março, danificaram os sistemas de resfriamento da usina, causando vazamento de radiação na atmosfera e no mar, e fazendo Kan rever do zero a política energética do Japão, embasada nas usinas nucleares.
Kan planeja anunciar no encontro do G8, no fim de maio, em Deauville, na França, que o Japão contará mais com energias renováveis, mas também aumentará a segurança nas usinas nucleares, deixando claro que o país não está desistindo da geração de energia nuclear, informou o jornal Yomiuri.
Nenhum comentário:
Postar um comentário