“Mato Grosso do Sul está à frente dos demais estados porque eliminou a burocracia para os empreendimentos florestais”. A afirmação é do professor da Universidade de Toronto (Canadá) e consultor para a área da silvicultura, Laércio Couto, e se refere à legislação do Estado e à organização do segmento, fatores que servem de estímulo para a instalação de grandes empresas do setor da celulose. Couto esteve nesta segunda e terça-feira em Campo Grande, a convite da Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA e da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), e se reuniu com dirigentes estaduais e empresários interessados em investir no sistema agrosilvipastoril.
Segundo o consultor, o Estado modernizou seus procedimentos, facilitando processos que vão desde o plantio até a colheita de florestas, tornando-se ainda mais promissor para investimentos que envolvam a silvicultura. Atualmente, além da International Paper, as indústrias Eldorado Celulose e Fibria estão instaladas na região de Três Lagoas. A gigante portuguesa Portucel estuda a possibilidade de atuar no Estado, elevando o potencial que se vislumbra para o setor.
Consultor de empresas como Suzano e Duratex, Couto reforça a viabilidade da produção agrosilvipastoril em Mato Grosso do Sul. “É um sistema que se encaixa na cultura pecuária da região. Além de não reduzir a quantidade de animal por hectare, o cultivo de florestas é renda adicional, uma garantia de receita com venda programada”, enfatizou. O cultivo de florestas associado à criação de gado contribui para o ganho de peso do animal, uma vez que com o calor o boi gasta energia para resfriar o corpo, completou.
O presidente da recém criada Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA, Ademar Junior, salienta que a presença do consultor em MS faz parte de um trabalho realizado também em outros estados para aproveitar este que é um bom momento para a silvicultura profissional. “Consorciar pecuária, agricultura e silvicultura é uma prática aplicável em qualquer região de Mato Grosso do Sul, até mesmo na agricultura de subsistência ou em assentamentos. É não há razão para resistências, pois o sistema apenas incrementa a atividade pecuária que já desenvolvida no estado”, destacou. Segundo o dirigente, o contato feito com produtores locais e com a Secretaria de Produção e Turismo (Seprotur) tem objetivo de criar ambiente para criar projetos na área.
Pinus – Além do eucalipto e seringueira, Couto aponta outra variedade de floresta como de grande potencial. “Mato Grosso do Sul vai plantar muito pinus”, afirma. Entre as vantagens da espécie, o consultour cita o aproveitamento total, inclusive da raiz, e o preço da resina, que hoje chega a R$ 4 mil por tonelada. Outros pontos positivos no cultivo do pinus são a resistência a ervas daninhas, o baixo custo de produção 40% menor do que o do eucalipto e a viabilidade da utilização na consorciação silvipastoril. O potencial gerador de postos de trabalho também depõem a favor do cultivo da variedade. “Do ponto de vista social, o cultivo de pinus é fantástico, porque requer um trabalhador para cada 10 hectares cultivados”, afirmou.
Por:Rosane Amadori/Coordenadora | Jornalista/MTB 8459/RS
Legenda foto: Laércio Couto, Professor da Universidade de Toronto
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