domingo, 21 de agosto de 2011

BOAS & NOVAS

ESPECIAL DO MÊS - Homenagear Campo Grande através das pessoas que fazem parte da sua história é maravilhoso. Nesta edição de Boas & Novas, existe um pouco da contribuição de cada filho natural da terra ou de coração. Quantos campo-grandenses a sua maneira, contribuíram para o progresso e desenvolvimento, trabalhando, vivendo e constituindo famílias - sem se dar conta - que aqui seria um dia a capital de Mato Grosso do Sul...! Assim, é indispensável enaltecer a memória de quem se preocupou em resgatar dedicadamente o início de tudo: PAULO COELHO MACHADO, o cronista-mor da Vila de Santo Antonio do Campo Grande. Escritor historiador, advogado e professor de Direito, nasceu em Campo Grande, onde foi vereador. Membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, em memória (faleceu em 26 de julho de 1999), ocupou a cadeira 21, hoje ocupada por Reginaldo Alves de Araújo, patrono Arlindo de Andrade Gomes. Foi secretário de Agricultura de Mato Grosso; presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul). Presidiu a Liga da Divisão do Estado. Escreveu “A Parceria Pecuária” (1972), “A Criminalidade em Mato Grosso”, “Processo e Julgamento de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1954), “Arlindo de Andrade, Primeiro Juiz de Direito de Campo Grande” (1988); e a série Pelas Ruas de Campo Grande — “A Rua Velha” (1990), “A Rua Barão” (1991), “A Rua Principal” (1991), “A Rua Alegre”, “A Grande Avenida”, 2000.

FOTO – Taroba, campo-grandense e designer gráfico (Av. Afonso Pena, Campo Grande, MS).

Para homenagear esta cidade pujante, escolhi a entrevista com o historiador PAULO COELHO MACHADO, feita pelo professor HILDEBRANDO CAMPESTRINI, ao qual dispensa aqui qualquer comentário. Dono de um currículo invejável, HILDEBRANDO é verdadeiro mestre em tudo que se dispõe a fazer. Membro da Acadêmica Sul-Mato-Grossense de Letras - Cadeira nº31, é Professor titular de Linguagem Jurídica na Escola Superior de Magistratura de Mato Grosso do Sul desde 1986. Foi revisor da Constituição de Mato Grosso do Sul (1989). Foi secretário-geral (por vários mandatos) e presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Editor da Revista da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, até o volume X. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (desde 2000), onde o professor CAMPESTRINI – como é mais conhecido, vem fazendo um belíssimo trabalho de acervo e de muitas parcerias com outras instituições.

ENTREVISTA COM PAULO COELHO MACHADO
Hidelbrando Campestrini (1998)

Hidelbrando – Pelas informações disponíveis, sabe-se que Campo Grande é uma das poucas cidades brasileiras que possui a história de seus habitantes e de suas ruas principais. Diante desse seu trabalho agrada-lhe ser chamado de cronista-mor de Campo Grande?
Paulo C. Machado – De certa forma, sim. Afinal, são mais de 40 anos de pesquisa da história da cidade de Campo Grande. A história do povo simples, trabalhador, dedicado, que construiu esta cidade e esta Capital.

Hidelbrando – Como está concretizada sua pesquisa?
Paulo C. Machado - Na série Pelas Ruas de Campo Grande, com cinco livros: A Rua Velha, a atual Rua 26 de Agosto; A Rua Principal, A Rua 14 de Julho; A Rua Barão; A Rua Alegre, A Rua 7 de Setembro e um pouco a Rua Maracaju e as Avenidas, principalmente a Av. Afonso Pena.

Hidelbrando – Que tal a aceitação do público?
Paulo C. Machado – O povo sempre se entusiasma com sua história, principalmente quando enfoca seus familiares, conhecidos e vizinhos. Foi o que aconteceu. A Rua Velha, o primeiro deles, está esgotado há tempo.

Hidelbrando – A Rua Velha tem mais valor que as outras?
Paulo C. Machado – Em tese, não. Na prática, acredito que sim, pois é o ponto de partida da história de Campo Grande. Tudo necessariamente começa por ela.

Hidelbrando – Analisando o início de Campo Grande, seus valores e anseios, é possível concluir sobre os princípios que nortearam a identidade do povoado?
Paulo C. Machado – Muito trabalho e muito amor à terra são os segredos do desenvolvimento dessa cidade.

Hidelbrando – Sendo um grande advogado, de onde veio o gosto pela história?
Paulo C. Machado – Nasceu de uma missão do Rotary Club, que pretendia dar à cidade, num de seus aniversários na década de 40, uma publicação que revelasse a sua história. Fui encarregado da pesquisa por ser o mais novo da comissão. Os outros eram o Dr. Nicolau Fragelli e o tabelião Ulisses Serra, escritores já consagrados. Entreguei- me ao trabalho de localizar e entrevistar as pessoas mais antigas da cidade, que me revelaram fatos que anotei em cadernos, pois não existiam ainda os gravadores.

Hidelbrando – Aí nasceu a paixão pela pesquisa?
Paulo C. Machado – De fato. Apaixonei- me pela investigação que me revela coisas importantes. Pude perceber que pessoas comuns eram tão importantes na formação da cidade, quanto os poderosos. Por isso refiro-me com freqüência a eles em meu trabalho de reconstrução dos fatos que formam a vida de Campo Grande.

Hidelbrando – O trabalho da comissão foi publicado?
Paulo C. Machado – Não. Sem alternativa, resolvi divulgar o material. Primeiro, no Jornal da Cidade e, depois, no Correio do Estado. E fui relatando os fatos, as ruas, seus moradores. Com isso, senti- me obrigado a ampliar a pesquisa.

Hidelbrando – É normal enfrentar dificuldades na pesquisa?
Paulo C. Machado – O pesquisador deve ser teimoso, pois encontra sempre dificuldades em seu trabalho. Tenho que recorrer à tradições oral e, por isso, estou constantemente preocupado com a confirmação de outras pessoas, muitas vezes com versões diferentes. Encontrar as pessoas aptas a fornecer as informações é outro obstáculo sério.

Hidelbrando – É verdade que certa vez um informante foi interceptado no momento de embarcar no ônibus?
Paulo C. Machado – É verdade. Encontrei-o dentro de um ônibus, que partia para Bela Vista, onde morava. Por sorte, houve um atraso na partida, que me proporcionou o tempo necessário à entrevista.

Hidelbrando – E sobre sustos e pesquisas?
Paulo C. Machado – Sempre há. Os piores sustos ocorrem quando o pesquisador tem uma informação errada e descobre isso depois de publicada, comprometendo sua credibilidade. Quando a surpresas, ás vezes fatos que se tem como certos, pacíficos, de repente a pesquisa demonstra serem falsos.

Hidelbrando – Um exemplo.
Paulo C. Machado – Aconteceu ao pesquisar a presença dos pioneiros no sítio de
Campo Grande. Historiadores conceituados afirmam que o poconeano João Nepomuceno foi a primeira pessoa a fixar-se aqui. No meu livro a Rua Velha mostro o resultado da minha pesquisa que revelou ter ele surgido depois de José Antônio Pereira, demonstrando a versão consagrada por Peri Alves Campos e outros que lhe seguiram as pegadas.

Hidelbrando – Como agir com os fatos que podem melindrar?
Paulo C. Machado – Há pessoas que se melindram quando encontram algumas informações desairosa a um antepassado. Por isso evito as mais pesadas. Tive alguns casos que me aborreceram. Uma antiga cliente, que até me devia favores e honorários, me procurou para dizer que achou de mau gosto fatos narrados sobre o comportamento do pai dela que, afinal, nada tinha de desabonador, mas davam apenas um tom de humor ao trabalho. Reclamou e saiu de cara fechada. Outros me atacaram, com publicações em jornal pelas referência ao avô, mas não reclamou do epíteto que lhe dei e até pareceu-me satisfeita por me haver lembrado dele.

Hidelbrando – Na pesquisa, alguns vultos acabam impressionando o historiador. Cite alguns.
Paulo C. Machado – Vários personagens acabaram por impressionar-me. Cito Arlindo de Andrade Gomes, pernambucano, primeiro juiz de direito de Campo Grande, que instalou a comarca em 1911. Em 1922 era prefeito e construiu o Jardim Público, Praça Ari Coelho. Era pessoa de bem, caráter irreprochável. Intelectual, lia muito, boa cultura. Pai de família exemplar. Conversa agradável, amava Campo Grande e a natureza. Sobre ele escrevi uma breve biografia. Outro, Amando de Oliveira, paulista, também amigo de Campo Grande. Foi vereador e presidente da Câmara. Deu muitos exemplos de bravura e bom senso. Repeliu invasão da cidade por forças revoltosas e defendeu o juiz de direito quando o comandante da polícia decretou estado de sítio e quis prender o juiz.

Hidelbrando – É verdade que foi o primeiro a ser enterrado no cemitério Santo Antônio?
Paulo C. Machado – Veja o que é destino. Amando de Oliveira doou á municipalidade o terreno do cemitério Santo Antônio e foi primeiro a ser sepultado ali, assassinado em 1914.

Hidelbrando – Mais algum personagem?
Paulo C. Machado – Joaquim Viera de Almeida, cuiabano, o escriba do povoado no final do século passado. Era o mais letrado dos habitantes da época. Escrevia atas de reuniões, ofícios, reivindicatórios para o governo e até cartas particulares. Prestou muitos serviços a Campo Grande. Primeiro comerciante e curandeiro.

Hidelbrando – Que locais históricos, em Campo Grande, não podiam ter desaparecido e quais devem ser preservados?
Paulo C. Machado – Não podiam ter desaparecido o Coreto da Praça Ari Coelho e o relógio da Av. Afonso Pena. Devem ser preservados o Museu da Cidade, sede da fazenda Bálsamo, que pertenceu a Antônio Luís Pereira, filho do fundador, o complexo das construções da Noroeste do Brasil; o obelisco da Av. Afonso Pena; a capela da tia Eva e algumas casas mais antigas do miolo da cidade.

Hidelbrando – Há espírito para esta conservação?
Paulo C. Machado – Há. Hoje a população foi tomada pela mentalidade conservacionista. Toda gente está preocupada com a nossa história. Recebo constantemente alunos e professores a procura de informações de fatos históricos. Já perdemos muita coisa que pertencia às nossas tradições. Ainda há o que conservar e reconstruir, o que compete aos agentes políticos.

Hidelbrando – Seu pai deixou, no então Mato Grosso, uma história de dignidade, austeridade e retidão de caráter muito bem retratada por Antônio Lopes Lins no trabalho Eduardo Olímpio Machado – o Homem, o Meio, seu Tempo. Como foi Eduardo Machado para o filho Paulo?
Paulo C. Machado – Meu pai foi um homem extremamente bondoso. Em casa procurava dar educação correta aos filhos, sem repressões. Apenas conselhos e alguns pitos, sem qualquer castigo físico ou gritos desnecessários. Tratava bem os empregados, protegia-os, não gostava de serviços manuais. Foi juiz de direito e advogado. O pai dele também fora juiz. Essa talvez, a causa de sua austeridade e espírito de justiça. Não sabia negar favores a quem recorria a ele. Foi, por isso, explorado por muita gente. No fim da vida (morreu com 93 anos), ficava na porta da casa distribuindo moedas aos meninos que passavam. Possuía bons amigos, a quem procurava agradar. Tinha muita presença de espírito, bom humor e alegria.

Hidelbrando – Sobre seu lado profissional. Como foi trabalhar como advogado?
Paulo C. Machado – Meu trabalho de advogado, por mais de 30 anos, sempre foi gratificante. Exerci minha profissão com garra, entusiasmo e dentro dos padrões éticos, sem me preocupar com a remuneração de meus serviços. Estudava cada causa, por banal que fosse. Minha preocupação maior era não errar e produzir trabalhos corretos e estéticos. Não havia lugar para especializações quando iniciei a profissão.

Hidelbrando – Reconhecidamente tímido, como administra sua timidez, principalmente no júri?
Paulo C. Machado – Sem ser orador, vencendo minha timidez produzi trabalhos no júri, com elevado número de bons resultados, que me proporcionaram fama na advocacia criminal. Estudava bem os processos, pesquisava, procurava informar- me sobre a vida do réu, das testemunhas, da vítima e de tudo que se relacionasse ao caso. Estudava lógica e a doutrina dos doutores, além da jurisprudência. Tinha bom arquivo e um fichário atualizado.

Hidelbrando – E como juiz auditor militar?
Paulo C. Machado – Fui nomeado para exercer o cargo de juiz auditor da Nona Região Militar, que exerci por mais de 5 anos. Uma grande experiência que me trouxe novos conhecimentos do comportamento humano. Eram inúmeros os processos e minhas decisões foram sempre aceitas pelo Superior Tribunal Militar.

Hidelbrando – O senhor foi vereador e secretário de Estado. Gosta da política?
Paulo C. Machado – Na política faltava-me entusiasmo para exercer cargos eletivos. Fui eleito vereador duas vezes, pela UDN, e gostava dos debates. O Dr. Fernando Corrêa da Costa era prefeito e depois governador. Iniciou-me para que continuasse a carreira política, prometendo incluir meu nome na chapa de deputado federal. Recusei terminantemente. Entusiasmei- me sempre pelos movimentos políticos, mas não me seduzia a profissão.

Hidelbrando – O senhor fez história?
Paulo C. Machado – Não tenho qualquer pretensão. O meu modesto está aí, com o único intuito de ser útil, de registrar a caminhada de nosso povo. Nada mais.

Hidelbrando – E sua participação na luta pela criação do Estado de Mato Grosso do Sul?
Paulo C. Machado – Devo reconhecer que, desde a década de 40, empenhei- me na criação do Estado de Mato Grosso do Sul. Quando o presidente Ernesto Geisel acenou com a viabilidade de criar o novo Estado, apressei-me em reativar a Liga Sul Mato-Grossense e, com ele, preparar os dados necessários para a Lei Complementar nº 31.

Hidelbrando – Por que, na lei, esta cria o Estado e não divide o Estado?
Paulo C. Machado – É que Mato Grosso do Sul sempre se considerou autônomo. Não poderia aceitar que Mato Grosso fosse dividido. E sim, que ele fosse criado com desmembramento do território matogrossense.

Hidelbrando – E nosso Estado vai melhorar?
Paulo C. Machado – Certamente. O Estado está encontrando seu caminho, o seu destino. O povo é trabalhador, decidido. O momento nacional não ajuda muito. Mas vai melhorar. Aí nosso Estado estará entre os maiores e melhores do país. Pode acreditar.

Hidelbrando – Qual sua preocupação básica na pesquisa?
Paulo C. Machado – A preocupação básica e sempre intensa é evitar que se esfumassem nos desvãos do tempo os sucessos mais caros e importantes deste torrão, adotado como terra natal por todos aqui aportaram.

BIBLIOGRAFIA: CAMPESTRINI, Hidelbrando. “O Cronista da cidade”. In: Revista de divulgação do Arquivo Histórico de Campo Grande-MS nº 6. Campo Grande: UFMS, 1998. p. 6-10.
QUEM SOMOS - O Jornal da Cidade circulou em Campo Grande, ininterruptamente, como semanário impresso, no período de 1978 a 1995 - representado um marco na imprensa de Mato Grosso do Sul. Foram quase duas décadas de um jornalismo que se destacou pela imparcialidade de ideias. Com uma pitada de orgulho, podemos dizer que no Jornal da Cidade, nasceu uma pequena escola de formação profissional, tendo sido a iniciação para importantes profissionais que hoje conquistaram espaços significativos no âmbito local e nacional. Como um exemplo, citamos o famoso cartunista “Ique”, que saiu do Jornal da Cidade diretamente para o reconhecimento de todo o Brasil. Hoje retornamos em versão online, com a proposta de ser um veículo de comunicação opinativo e analítico, interagindo com seus leitores, fomentando o debate e formando opiniões. Nossos cumprimentos a todos os colegas e meios de comunicação de Mato Grosso do Sul, pela importante participação no desenvolvimento da capital Morena. Parabéns Campo Grande, pelos 112 anos de progresso!

ASSIM FOI DITO E ESCRITO...
“Todos da Equipe do Jornal Bandeirantes News, nos sentimos orgulhosos em poder dizer, Parabéns Campo Grande pelos 112 anos, à nossa Cidade Morena, pujante, alegre e acolhedora”. (RENATO RECH, Diretor do Jornal Bandeirantes News).

“Campo Grande é a cidade que me adotou e onde fui criada. Fico feliz de nos últimos 30 anos, poder vivenciar seu crescimento e principalmente seu desenvolvimento”. (SIMONE TEBET, vice-governadora de Mato Grosso do Sul).

"Parabéns Campo Grande pelos seus 112 anos. Parabéns aos homens e mulheres de bem, que fizeram e fazem o crescimento da nossa cidade Morena". (Engenheiro JARY CASTRO).

“Desde 1965 me sinto uma campo-grandense de coração...porque aqui construí tudo que eu amo”. (LAZARA LESSONIER, artista plástica).

“Esta é a terra que me deu a família, a oportunidade de vencer na vida, porisso amo de coração esta cidade querida...!” (LIVIA DE FREITAS, promotora de justiça).

“Campo Grande cresceu graças a força das etnias, elementos definidores da sua identidade. Migrantes vindos de todos os recantos do mundo são responsáveis pela implantação de uma cultura que nos identifica”. (GLORINHA SÁ ROSA, professora escritora e Membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras).

“O Livro a Rua Velha, de Paulo Coelho Machado, é um dos maiores momentos da literatura sul-mato-grossense”. (GUIMARÃES ROCHA, Poeta escritor, membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras).

“Os que lerem este livro: “História da fundação de Campo Grande”, vão gostar e terão subsídios para conhecer a história desta Cidade dos campograndenses, Capital dos mato-grossenses-do-sul e marco de nacionalidade do sudoeste brasileiro”. (De JOÂO PEREIRA DA ROSA, ao prefaciar “Histórias da fundação de Campo Grande” escrito por Eurípedes Barsanulfo Pereira).

“Campo Grande é a minha cidade Natal. Tive a oportunidade de residir no Rio de Janeiro, em Nova Iorque e viajei bastante pelo mundo ultimamente, voltei e não quero mais morar em outro lugar. Nossa cidade mediterrânea e ao mesmo tempo cosmopolita consegue aliar ao seu ar provinciano, todas as vantagens das metrópoles. É uma cidade de porte médio que tm a beleza do serrado, cordialidade e bastante qualidade de vida”. (VERA TILDE, Advogada jornalista e diretora executiva do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul).

RECORDAR É VIVER - “Campo Grande é a cidade que me acolheu de braços abertos; virou meu chão e berço dos meus filhos, desde que deixei Bela Vista (MS), em busca de estudo, trabalho e independência profissional. Posso dizer, que aqui é o meu lugar! Lembro da Rua 14 de Julho como se ainda estivesse naquele tempo onde o comércio era sinônimo de tradição e orgulho: Avelino dos Reis, Livraria Trouy, Sorveteria do Torino, Casa José Abraão, Frutaria do Salim Maluf, Cines Alhambra e Rialto, Casa Nasser, Joalheria Kondorfer, Hotel Gaspar e da excelência do Hotel Campo Grande, logo que foi inaugurado na Rua 13 de Maio. Dos restaurantes lembro apenas do La Carreta, Mangueira (próximo ao Belmar onde morei muitos anos) e Trago Longo - que mais tarde virou Lalai Doces na Avenida Mato Grosso. Que delícia! O tempo foi passando e as coisas foram mudando. O progresso inevitável trouxe os grandes magazines que foram expelindo às tradicionais lojas da cidade. Na memória, guardo apenas lembranças dos bons tempos que não voltam mais”. (Cristiana Carneiro) .

POUCAS & BOAS SOBRE CAMPO GRANDE...
# Campo Grande foi à primeira cidade do Brasil a dispor de sobarias, restaurantes típicos japoneses que servem sobá de Okinawa.

# No Parque do Prosa (oficialmente Parque das Nações Indígenas), pesquisadores encontraram restos de povos pré-colombianos. Não se descarta a possibilidade de que a região tenha sido habitada por povos pré-históricos.

# Até a chegada da ferrovia, o correio em Campo Grande era via Aquidauana - que fazia o percurso ligando o Rio de Janeiro pelo rio da Prata e rio Paraguai. Os malotes percorriam vinte e tantas léguas a cavalo.

# A primeira reportagem sobre Campo Grande ilustrada com fotos panorâmicas com impressão de boa qualidade foi a publicada no Álbum Graphico de Matto Grosso, impresso na Alemanha em 1916.

# Com a chegada do trem, muitos imigrantes libaneses, que há anos derretiam no calor de Corumbá, acabaram se mudando para Campo Grande, onde encontraram clima bem mais ameno e conforme dizem - muito parecido com o da terra natal.

# Em Campo Grande está hoje uma das mais expressivas comunidades de descendentes de imigrantes japoneses originários da ilha de Okinawa.

# Campo Grande tem uma escola projetada nos anos 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer. É a Escola Estadual "Maria Constança de Barros", localizada na Rua Marechal Rondon, perto da Estação Rodoviária. Tem a forma de um livro aberto.

# Campo Grande foi a primeira cidade brasileira a ser atendida por um sistema de TV a cabo comercial. O módulo inaugural cobria apenas algumas quadras do Jardim dos Estados, bairro nobre da Capital.

# A torre da TV Educativa, no Parque dos Poderes, tem 100 metros de altura e é apontada pelos construtores como a mais alta torre de alvenaria da América Latina.

# Fundada em 21 de junho de 1872 – Campo Grande (MS) comemora aniversário no dia 26 de agosto (1899), data que foi alçada à condição de município. Fonte: Wikipédia

AGRADECIMENTO ESPECIAL – Um dia meu pai disse assim: “Minha filha, boas amizades abrem portas, faça sempre o melhor que puder...” Muitíssima obrigada, aos amigos que prontamente atenderam meu telefonema e oportunizaram um rol de frases exclusivas aos leitores de Boas & Novas. Obrigada Lázara Lessonier, Jary Castro, Simone Tebet, Vera Tilde, Hildebrando Campestrini, Glorinha Sá Rosa, Livia de Freitas, Renato Rech e Guimarães Rocha. Vocês enriqueceram a minha coluna de variedades no Jornal da Cidade. Seus nomes elencam as pessoas que já estão inseridas na história de Mato Grosso do Sul.

FELIZ ANIVERSÁRIO CAMPO GRANDE...!

Cristiana Carneiro
Contatos: cristiana@jornaldacidadeonline.com.br
boasenovas@live.com.br

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