terça-feira, 15 de maio de 2012

Lucro da Petrobras cai 16% e fica em R$ 9,2 bi no 1º trimestre

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 9,214 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma queda de 16,1% frente ao resultado do mesmo período de 2011 --R$ 10,985 bilhões.

Na comparação com o último trimestre, quando o desempenho havia sido afetado negativamente pelo câmbio e pela contenção de reajustes dos combustíveis, houve crescimento de 82%.

No primeiro trimestre, a receita de vendas da companhia subiu 22% na comparação com o primeiro trimestre de 2011, alcançando R$ 66,1 bilhões.

Já o Ebtida (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que mede a geração de caixa, subiu 18% e atingiu R$ 16,5 bilhões.

Segundo o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, o aumento do preço internacional do petróleo foi o principal responsável pela melhora de desempenho da companhia no primeiro trimestre, quando comparado com os três últimos meses de 2011.

No período, a cotação do óleo tipo brent (referência internacional) subiu de US$ 109 o barril no quarto trimestre para US$ 118 o barril --uma alta de 8,2%.

Tal benefício só foi absorvido pela companhia, porém, porque a empresa obteve o aval do governo para reajustar a gasolina (em 10%) e o diesel (2%) em novembro último.

Os preços mais altos praticados pela Petrobras compensaram o fato de a produção de óleo e gás da estatal ter se mantido prarticamente estagnada --de 2,670 milhões de barris/dia no quarto trimestre para 2,670 milhões.

Apesar dos preços maiores a partir de novembro, a estatal conseguiu ampliar suas vendas em 10% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2011.

"Vendemos mais e a preços maiores. Isso é em função do reajuste e da maior cotação do preço lá fora", disse Barbassa.

DEFICIT COMERCIAL

A Petrobras viu seu déficit comercial se ampliar no período devido à crescente necessidade de importar combustíveis para atender à alta do consumo doméstico.

A balança comercial da estatal ficou negativa em US$ 1,069 bilhão nos três primeiros meses deste ano, contra US$ 931 milhões no mesmo período de 2011.

As contas externas da estatal pioraram, apesar do aumento das exportações da companhia, que avançaram 13% graças especialmente ao aumento da vendas de óleo cru. Já as importações subiram 11,6%, em volume.

Em valores, as compras no exterior somaram US$ 8,4 bilhões, ao passo que as exportações atingiram US$ 7,5 bilhões.

Se o câmbio teve pouca influência no comércio exterior da estatal --cuja balança se moveu mais por conta da demanda doméstica em expansão--, a oscilação da moeda norte-americana teve papel de destaque no lucro da companhia.

A estatal teve um ganho cambial menor sobre sua dívida --majoritariamente cotada em dólar--, o que gerou um resultado R$ 1,6 bilhão inferior ao do primeiro trimestre de 2011.

Por:PEDRO SOARES

Nenhum comentário: