sexta-feira, 25 de maio de 2012

UMA HISTORIA DE AMOR!‏

POR TODA MINHA VIDA VOU TE AMAR!
Por: Helena de Paula
mhelenap66@hotmail.com

Fazia muito frio naquela manhã. Tudo estava envolto numa densa neblina. Isso fazia com que o aeroporto ficasse fechado para pouso e decolagem. Eu estava indo para Los Angeles havia aceitado o convite de uma amiga que trabalhava no ramo da alta costura, trabalharíamos juntas por dois anos.

Por causa do nevoeiro meu voo fora adiado, e em meio ao caos que se instalou no aeroporto eu fui acometida por uma forte dor de cabeça, o que me levou a cafeteria. Ia tomar uma xicara de café e depois um analgésico.

Foi ali naquele café que eu o vi pela primeira vez. Estava todo encapotado. Sentou-se numa mesinha defronte a imensa janela. Após alguns minutos olhando aquele denso nevoeiro pediu um capuccino e abriu o jornal.

Eu o observava... Inexplicavelmente me senti atraída por ele. Percebi que ele ao ouvir ‘’Mississipi’ uma musica country que começou tocar, fechou o jornal. Ouvia emocionado aquela linda canção e continuou olhando pela janela de vidro embaçada. A impressão que eu tinha era que ele estava desolado. Pensei em me aproximar, mas o garçom me desencorajou. Disse-me que ele detestava assédios. Não gostava de falar com ninguém, é não dava entrevistas. Disse-me ainda que as vezes era até meio agressivo... Então perguntei:

- Não gosta de entrevistas? Mas quem e ele afinal?
E o garçom me respondeu:

-É um escritor português, mas vive na Itália. Usa vários nomes, portanto ele pode ser... Pablo pode ser Manoel, tem outros nomes, mas não me lembro. Meu interesse crescia

-Pablo? Escritor? Mas que coincidência... Lembrou-me o Imortal Pablo Neruda

E o garçom continuou:

-Sim, talvez por ser ele também escritor. Ele veio ao Brasil somente para receber um prêmio, mas já está de partida.

-Você parece que sabe muito sobre ele, disse-lhe quase afirmando.

-Sim... Ano passado ele veio de férias com a esposa ao Brasil, e fizemos amizade.

-Ah! Então ele e casado? Perguntei ao garçom meio desanimada. E o garçom respondeu de imediato e melancólico:

- Sua esposa faleceu a pouco mais de seis meses. E por isso ele se tornou amargo e triste... Fiquei sensibilizada. Ignorei as recomendações do garçom e pedi que me servisse um capuchino na mesa dele. Aproximei-me, já preparada para ouvir um não... Eu não quero conversar... Mas não foi isto que aconteceu...

Decidida eu perguntei:

- Posso te fazer companhia?
Ele nada respondeu, apenas sorriu. Beleza eu senti que já o tinha conquistado,

Ficamos juntos e conversamos bastante. Ou melhor, eu falava bastante. Ele so ouvia. Quando perguntei; qual seriam seus planos? Ele me olhou nos olhos e tristemente me disse

- Princesa, minha vida acabou. Marina levou com ela meus sonhos, minha vontade de viver. Vi seus olhos marejarem, Ficamos em silêncio por alguns segundos, mas quebrei o silencio é segurando em tuas mãos disse-lhe.
- Só os fracos tombam.
Ele meneou a cabeça e repetiu:
- Para mim, a vida acabou.

Novamente o silêncio tomou conta de nós, e só foi quebrado quando o alto-falante anunciou meu embarque, meu voo sairia primeiro. Despedimos-nos tristemente com a promessa de nos reencontrarmos.

Infelizmente minhas tentativas de comunicar-me com ele posteriormente sempre acabavam frustradas.

Um dia, após o trabalho eu cheguei em casa e minha amiga me entregou um jornal me dizendo:

- Não é por acaso noticias do teu escritor?

Minhas pernas fraquejaram, minhas mãos tremiam, pois escrito em letras garrafais a notícia me fez estremecer:
"NUM HOSPITAL EM MILÃO, O POLÊMICO ESCRITOR PABLO, TAMBEM CONHECIDO POR USAR VARIOS HETERONIMOS, ESTÁ ENTRE A VIDA E A MORTE"

Naquele instante eu senti faltar o chão sob meus pés, e não pensei duas vezes. Voei naquela mesma noite para Milão.

Na manhã seguinte, fui ao hospital, mas quase fui impedida de entrar. Os médicos diziam que o estado dele era grave... Ele se recusava a viver, e foi quase a força que eu consegui me desvencilhar de todos e entrei. Meus olhos se recusavam a olhar o cardiograma, cujos traços apareciam cada vez mais fracos.

Aproximei-me, busquei forças no interior da alma, segurei naquelas mãos gélidas. Falei uma linguagem que ele conhecia muito bem, usava e abusava nas suas matérias. –É, seu fdp, você não vai me deixar. Eu não vou permitir. Não agora que te encontrei. Esta me ouvindo? Disse alto e em bom som.

Naquele instante os sinais no cardiograma se alteraram e uma equipe de médicos entrou retirando-me a força enquanto diziam:

- Olha o que você fez sua maluca... -Maluca? Eu?

Bem! O que importa é que ele não se foi. Meu amor o salvou. Nós nos casamos algum tempo depois é passamos a viver numa linda ilha, cercados pela natureza. Ele voltou a escrever. Algum tempo depois dei a ele a Beatriz, a sua, a nossa princesinha.

8 comentários:

Miriam Panighel disse...

Parece uma história irreal,um verdadeiro conto de fadas com final feliz... Até que as morte os separou.
Interessante, Renato, é que nós todas, mulheres, sonhamos com o nosso príncipe encantado. Depois crescemos e constatamos que ele não existe. Nem o príncipe, nem a princesa. E tratamos de nos acostumar com a idéia de que aquele que será o nosso AMOR, pode até ser o sapo. Mas sempre será amado por nós. Na sua postagem, a personagem feminina deve ter esperado pelo seu príncipe a vida toda, sem jamais deixar de acreditar que ele viria. E veio mesmo!Mais uma prova de que enquanto houver sonho, não se deve desistir de realizá-lo. Porque a fé e a esperança são meio caminho andado para chegarmos lá onde queremos. Bonita história. E muito bem escrito. As palavras fluem de modo gostoso... agradável! E quando chega o final, dá pena de ter acabado... Gostei muito, muito mesmo! Parabéns. Espero que se lembre de mim para mandar outros mais. Um abraço, obrigada. Consta que somos amigos, mas nunca nos comunicamos. Agora quero ser sua amiga mesmo! Adoro ler e escrever. Miriam Panighel Carvalho

Eu e Meus Livros disse...

Ler Helena de Paula é assim.. Entramos em suas histórias e passamos a ter vida em meio a seus parágrafos.
Obrigado minha amiga por mais este belo conto.

SonharColorido disse...

Linda de verdade amiga...

Anônimo disse...

Minha Querida, Helena! Parabéns!!! Linda! Linda demais! Mas a vida é assim mesmo! Isto mostra-nos que o amor é mais forte que tudo! Capaz de tudo! Lembre-me de ler em meu Programa amanha, rsrs... Gostei do nome da filhinha! Demais... Simplesmente... Demais! Beijos.

Anônimo disse...

Ahhhhh! Outro detalhe: "Mississipi" (Pusicat)Rsrs... Valeu mesmo! Vamos matar saudades amanhã apartir das 21:00 horas no nosso Programa "Simplesmentente... Voce"

Cássio Seagull disse...

Quando se diz que o amor pode acontecer a qualquer momento,devemos crer, porque é assim mesmo.Lindo esse texto, pois vai nos surpreendendo a cada instante...como se fosse um conto de fadas que lemos quando crianças.
E de surpresa em surpresa vamos até um inusitado casamento e logo uma filha, a princesa deste conto.
Gostei de ler...senti-me atraído a cada linha.Valeu ler e sentir essa bela história.Beijos e abraços minha querida M.Helena...você é mesmo muito boa escritora.Parabéns.

rosafogo disse...

O AMOR FAZ MILAGRES... e enquanto há vida há esperança.
Pois amiga gostei de ler esta bonita história de amor, bem contada, agradeço a partilha.

Bjs

Anônimo disse...

Excelente noite a todos!
Logo mais as fortes emoções do Programa "Simplesmente... Voce" E hoje estarei contado ao vivo o primeiro capítulo destalinda História de Amor! Logo mais! Não percam! às 21:00 horas. Valeu! Acesse: www.tanasol.com e ouça o melhor do romantismo!