quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Após veto a vídeo gay, militante questiona: "Dilma, você usa camisinha?"

Se por um lado o governo tenta contornar a revolta dos evangélicos, os militantes homossexuais também não se esqueceram do aposentado “kit gay” do MEC. Segue a polêmica, agora, com o vídeo educativo voltado aos jovens gays que fazia parte da campanha de prevenção contra a aids e outras doenças sexualmente transmissíveis durante o carnaval.

Em artigo publicado no site gay “A Capa”, o sociólogo Tiago Duque, militante do grupo “Identidade - Grupo de Luta Pela Diversidade Sexual”, critica o veto do governo ao material e o “retrocesso” do governo Dilma Rousseff quanto aos “direitos sexuais e reprodutivos”.

“A erotização da camisinha se faz necessária para a abordagem preventiva porque para ampliar o seu uso é urgente torná-la mais sedutora e menos brochante”, diz. “É preciso apostar em campanhas mais polêmicas, que dialoguem com outras juventudes, não somente com aquela que segue um estilo gay norte-americano burguês e, sob a proteção dos DJ das boates, está em busca do seu par romântico. Isso não significa que o romantismo não seja um ameaça à saúde e não deva ser abordado nas campanhas, afinal, não podemos esquecer o caso dos vulneráveis amantes apaixonados sob a proteção de Deus, que são orientados pelo Papa a não usarem camisinha.”

No fim do artigo, o militante questiona: “Fiquei muito curioso para perguntar se ela (Dilma) usa camisinha, ou se pensa, como muitos, que isso é coisa só de viado, que não merece defesa e investimento”. “Outra pergunta que faço é sobre a sua fantasia. Presidenta, qual é o seu desejo para o Carnaval? Como se apresentará? Com que roupa irá? Se me permite sugestões, vista a mais discreta, delicada. Não use nada agressivo nem que te diferencie muito no salão. Porque a de revolucionária e guerrilheira já não te cai tão bem”, diz o texto.

Semana passada, no Fórum de ONGs de Aids do Estado de São Paulo, ONGs anunciaram que vão apresentar contra o governo, em instâncias internacionais de direitos humanos e junto ao Ministério Público, uma denúncia formal contra a suspensão do vídeo.

Apesar do veto, o Ministério da Saúde afirma que os jovens homossexuais são o principal foco da campanha educativa deste carnaval. O vídeo foi retirado do site da pasta e sua veiculação na TV foi cancelada. Segundo o governo, as imagens só serão exibidas em locais frequentados pelo público gay.

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