Nesta quarta-feira o Senado recebeu quatro ex-ministros do Meio Ambiente para debater o projeto do Código Florestal. Todos eles defenderam o diálogo sem disputas entre ambientalistas e ruralistas em relação ao desafio da Casa em apurar a matéria.
O ex-ministro José Carlos Carvalho acha que se o executivo não promover, por exemplo, incentivos econômicos para que pequenos agricultores tenham condições de recompor áreas de proteção permanente (APPs) não adianta o Parlamento criar uma legislação com mecanismos de "comandos e controles" ambientais. "Existe um falso dilema que opõe ruralistas e ambientalistas. Estamos aqui decidindo o futuro do Brasil. Não estamos resolvendo o problema de ontem que é o passivo florestal. Não é razoável multar agricultor por uso de APP em terras que foram herdadas do avô", afirmou o ex-ministro.
Marina Silva afirma que só com uma discussão equilibrada vai ser possível aperfeiçoar o texto da Câmara. Segundo ela, os debates foram prejudicados pela prevalência de um setor (produtores rurais) em detrimento de especialistas em meio ambiente. "Sobre nós há o peso que somos contra o desenvolvimento. Estamos aqui para dizer que precisamos desconstruir os rótulos que não ajudam no debate e em uma solução", disse.
Representantes do setor rural afirmam que o texto que os ambientalistas propuseram visa destruir culturas de raízes profundas, como cafezais e macieiras em encostas e topos de morros. Marina Silva disse que a defesa feita é para que não seja permitida a criação de gado nessas áreas porque o resultado seriam algumas erosões.
O ex-ministro Carlos Minc ressaltou o risco que o Brasil vai enfrentar se for na contramão de outros países que adota medidas de proteção de seus biomas, por força do aquecimento global. Ele destacou que uma legislação ambiental que venha a facilitar o desmatamento vai comprometer o Brasil, que vai ser o país sede da Rio+20, em 2012, a Conferência Mundial de Meio Ambiente.
Participaram da audiência os ex-ministros Carlos Minc (hoje secretário estadual do meio ambiente no Rio de janeiro), Marina Silva(ex-PV sem partido), Sarney Filho (PV-MA) e José Carlos Carvalho (ex-ministro do Meio Ambiente).
Com informações da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário