segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mulher de Bruno diz ter ouvido que Macarrão queria matar Eliza

Os acusados do desaparecimento de Eliza Samudio começaram a ser ouvidos nesta segunda-feira Foto: Terra
Contagem (Minas gerais) - Uma carta redigida pela mulher do goleiro Bruno, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ao promotor Gustavo Fantini foi lida nesta segunda-feira no Fórum de Contagem, durante audiência sobre o desaparecimento de Eliza Samudio. Segundo o texto, Dayanne afirma ter ouvido que a intenção de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, era matar Eliza e o filho dela com o goleiro.

"Muitos dizem que eu estava na hora errada e no lugar errado, mas eu estava no lugar certo. Eu ouvi do Sérgio que a intenção do Macarrão era matar mãe e filho", diz Dayanne na carta. A mulher de Bruno, também acusada no processo, confirmou a autoria e a assinatura da carta.

Durante a leitura, o advogado de Bruno, Ercio Quaresma, pediu que o promotor apresentasse a data da carta, o dia que a correspondência foi entregue ao Ministério Público e os motivos de não ter sido anexada ao inquérito.

Os acusados do desaparecimento de Eliza Samudio começaram a ser ouvidos nesta segunda-feira no forum de contagem em Minas Gerais. Wemerson Marques (o coxinha), Flávio Caetano, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza e Sérgio Rosa Sales e Elenilson Vítor Silva. Bruno, Macarrão, Fernanda Gomes de Castro e Bola não vão prestar depoimento nesta segunda-feira.

A expectativa é de que falem nesta terça-feira. A audiência, que estava prevista para as 8h, começou por volta de 9h35. Os acusados começam a ser ouvidos hoje e a audiência deve seguir até quarta-feira. A mãe da Eliza, Sônia Samudio, está no Fórum.

Ercio Quaresma, advogado de Bruno, chegou por volta das 9h20. "Excelencia, peço desculpas pelo atraso, tomo remédios controlados e o Rivotril não me deixa acordar na hora", disse para a juíza. Dayanne será a primeira a ser ouvida. Depois vem Elenilson, Flavio, Coxinha e Sergio. Os advogados de Bola e Coxinha não estão no Fórum. A audiência atrasou até encontrarem um advogado para representar Bola.

O desaparecimento de Eliza Samudio com exclusividade

Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. No dia seguinte, O DIA noticiou, com exclusividade, o caso. Com equipes de reportagem no local, O DIA ONLINE acompanhou a investigação da história, minuto a minuto, a partir do dia 26 de junho.

A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa, mas logo conseguiu a liberdade. O goleiro e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

Na quarta-feira 7 de julho, a Justiça decretou prisão preventiva do goleiro Bruno, o amigo Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos - conhecido como "Neném", "Bola" ou "Paulista", sua mulher Dayanne e mais quatro envolvidos no crime. A polícia apreendeu ainda um menor, de 17 anos, primo de Bruno, que teria participado da trama. No dia seguinte, 8 de julho, a mãe de Eliza Samudio ganhou a guarda provisório do bebê, agora com 5 meses. No dia seguinte, Bruno, Macarrão e Neném foram convocados a prestar depoimento mas se negaram. Segundo seus advogados, os acusados só falarão em juízo.

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