segunda-feira, 29 de novembro de 2010

BC: crédito consignado cai 14,8% em outubro após greve

Por: AE - Renato Andrade e Fabio Graner
A concessão de novas operações de crédito consignado em outubro sofreu uma queda de 14,8% em relação a setembro, por conta da greve dos bancários, que paralisou a atividade das agências entre 29 de setembro e 13 de outubro. A informação foi dada hoje pelo chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes.

Enquanto em setembro as concessões desse tipo de crédito atingiram um total de R$ 6,548 bilhões, em outubro o valor registrado foi de R$ 5,582 bilhões. O movimento acabou gerando uma queda na participação desse tipo de operação no volume total de crédito pessoal oferecido pelo sistema financeiro. O estoque de consignado atingiu R$ 133,591 bilhões no mês passado, o equivalente a 60,4% do total de crédito pessoal. Em setembro, essa participação era de 60,6%.

O recuo na participação do crédito consignado foi a primeira registrada pelo Depec desde março de 2009. Ainda assim, Altamir considera que o movimento de outubro foi pontual e não representa uma tendência. Para ele, o menor volume de crédito consignado acabou gerando um 'efeito estatístico' sobre a taxa média de juros cobrada nas operações com pessoas físicas. Como o consignado é uma operação de taxa relativamente mais baixa, a retração no volume dessas concessões acaba por elevar o juro médio dos financiamentos voltados para as famílias.

A taxa média de juros das operações de consignado apuradas pelo BC, com base numa amostra com os 13 maiores bancos que operam com crédito pessoal, ficou em 26,0% ao ano em outubro, mesmo patamar de setembro. A taxa média de juros do crédito pessoal, porém, passou de 41,6% ao ano para 43,6% ao ano entre setembro e outubro.

Bancos públicos
A participação dos bancos públicos no total de crédito do sistema financeiro ficou estável em 41,9% em outubro, de acordo com os dados do BC. O estoque de créditos cresceu 1,8% em outubro ante setembro, para R$ 689,079 bilhões. Os bancos privados nacionais tiveram ligeiro aumento na participação, passando de 40,5% para 40,6% do total de crédito, com o volume subindo 2,3% no mês, para R$ 667,495 bilhões. O sistema financeiro estrangeiro teve queda de 0,1 ponto porcentual em sua participação, para 17,5%. Em termos de volume, o saldo de empréstimos desse grupo subiu 1,4%, para R$ 288,205 bilhões.

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