quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Rotatividade no emprego pode prejudicar nova classe média, aponta estudo

Trabalhadores formais com renda até dois salários mínimos (R$ 1.090) correm mais riscos com a rotatividade no emprego do que o conjunto da mão-de-obra brasileiro e pessoas que recebem outra faixa salarial.

A informação foi divulgada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República nesta quarta-feira.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, revelam que a taxa de rotatividade brasileira em 2010 marcou 40% e, entre os trabalhadores com até dois salários mínimos, registrou 57%. A análise aponta ainda que ac causa da rotatividade seriam os pedidos de demissão dos próprios empregados.

Segundo a SAE, existem muitos registros de demissão entre trabalhadores com baixa renda, tendo crescido de um terço, em meados de 1999, para cerca de 85% em 2010. Ou seja, o número de trabalhadores que recebem até R$ 1.090 cresceu em 16 milhões no período.

Para a economista da SAE, Diana Groser, a alta de dispensas pode estar ligada ao momento próspero da economia de 2010. Porém, o fenômeno sinaliza preocupação do governo com a estabilidade empregatícia que o trabalhador necessita e com a possibilidade de aumento no número de pessoas na faixa da pobreza.

Em artigo para um jornal, o ministro-chefe da SAE, Moreira Franco, escreveu que a necessidade de qualificação do trabalhador interessa não só a si próprio, mas também à empresa que o contratou e ao governo.

Os riscos de retração na ascensão social dos trabalhadores com baixa renda gera impactos graves na economia do país, já que a nova classe média representa 47% do consumo, de acordo com a SAE.

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