domingo, 9 de janeiro de 2011

UDR vê risco de confronto em invasões do MST


Por: AE- José Maria Tomazela
O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, alertou hoje para o risco de enfrentamento entre sem-terra e fazendeiros durante a jornada de ocupações conhecida como 'janeiro quente' do Movimento dos Sem-Terra (MST). Na semana passada, militantes invadiram três fazendas e dois prédios públicos no interior de São Paulo. A mobilização para pressionar o governo a acelerar a reforma agrária vai continuar até meados do mês, conforme anunciou o movimento. De acordo com Garcia, muitos fazendeiros que já sofreram invasões estão dispostos a impedir uma nova ocupação. 'O proprietário pode exercer o direito legítimo de defesa da propriedade, mas nosso receio é de que possa acontecer alguma fatalidade.'

Para o ruralista, como as invasões são anunciadas com antecedência, o governo tem o dever de agir para evitar que aconteçam. 'As lideranças desses movimentos são conhecidas', disse. Ele criticou a decisão da nova secretária estadual de Justiça e da Defesa da Cidadania, Eloísa de Souza Arruda, de convidar as lideranças dos movimentos para uma reunião, na próxima terça-feira. 'É inaceitável que o governo chame para o diálogo quem está fora da lei.' Segundo ele, o Estado contribui para o conflito no campo ao reivindicar terras supostamente devolutas, como as do Pontal do Paranapanema.

No ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou ação movida pelo Estado e declarou devolutos 92,6 mil hectares no Pontal. As terras se tornaram alvo do MST. 'Os produtores trabalham nessas terras há mais de 100 anos, mas o governo se apega a um problema ocorrido nos tempos do império para alegar que são áreas públicas', reclama Garcia. A secretária da Justiça não foi localizada, mas a reportagem apurou que ela também se reunirá com representantes dos ruralistas, na próxima quinta-feira.

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