quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MPF diz que ataque a indígenas no MS foi genocídio

Nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) do Mato Grosso do Sul divulgou uma nota apontando a prática de genocídio em um ataque à uma tribo de indígenas guarani-kaiowá, que ficavam acampados às margens de uma estrada vicinal no município de Iguatemi, a 355 km de Campo Grande. Testemunhas disseram que homens desceram de dois caminhões e começaram a atirar no local. Eles também queimaram barracas, roupas, e amarraram todos os índios. Algumas vítimas ficaram feridas, principalmente as idosas.

A abertura de inquérito já foi solicitada na Polícia Federal de Naviraí pelo MPF de Dourados, para investigar o crime. Na região onde os índios estavam, o órgão apreendeu dezenas de cartuchos de munição calibre 12. O MPF trata o caso como genocídio porque há indícios de formação de milícia armada e também porque a violência foi motivada por questões étnicas contra uma coletividade indígena.

Segundo o MPF, o contexto do ataque envolve a presença de 70 mil índios de diversas etnias, que aguardam a demarcação das terras que ocupavam tradicionalmente, em cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado pelo órgão e pela Fundação Nacional do Índio (Funai), em 2007. No entanto, até hoje o termo não foi cumprido.

O grupo guarani-kaiowá reivindica uma área conhecida como Puelito Kue, e já foi estudada pelos antropólogos da Funai. A publicação do relatório é uma das das fases da demarcação de terras indígenas, mas ele está em fase final de redação. Os indígenas voltaram ao acampamento depois do ataque porque não tinham para onde ir. Pelo menos outros dois ataques violentos já aconteceram na comunidade.

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