quinta-feira, 14 de junho de 2012

Embargos afetam carnes brasileiras

Às vésperas de fechar um ano, amanhã, o embargo russo à carne suína brasileira segue em vigor. Embora o governo federal tenha negociado e quatro plantas tenham sido liberadas, nenhuma empresa dos estados embargados - Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso - recebeu aval. De janeiro a maio, a exportação caiu 47,50% em volume e 48,62% em receita. O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, cobra agilidade. "Somente há 15 dias os documentos solicitados teriam sido remetidos. Não é possível que a administração pública leve 360 dias para elaborar." Vencida esta etapa, os russos são esperados no país neste semestre. O Ministério da Agricultura informou que aguarda respostas para hoje. Ontem, o ministro Mendes Ribeiro Filho recebeu criadores em Brasília, que cobraram soluções.

Há outros três embargos ativos. A Argentina dificulta a venda de carne suína desde fevereiro. Até maio, 12,4 mil t deixaram de ser embarcadas pelo represamento de guias. Neste mês, reunidos, os governos criaram grupos técnicos para tratar do tema. O mercado japonês também segue parado. Mas, apesar dos entraves, Camargo Neto diz que a liberação do Japão para a carne suína de Santa Catarina avançou. Segundo ele, na terça-feira, o país abriu consulta pública do relatório da missão ao Brasil em 2011. Desde 2007, quando Santa Catarina foi considerada área livre de aftosa sem vacinação, o mercado é almejado. A partir da autorização, a expectativa é que a Coreia do Sul também libere a compra.

Já o setor de aves enfrenta bloqueio da África do Sul, cujo embargo começou em 2011. Nesta semana, a Camex aceitou pedido da Ubabef para abrir um painel na OMC. Desde fevereiro, o governo daquele país sobretaxou as exportações de frango inteiro e cortes desossados em 62,93% e 46,59%, respectivamente. Sobretaxas que se somam às tarifas normais de importação, de 5% para o frango inteiro e 27% para cortes desossados. Segundo o presidente da Ubabef, Francisco Turra, um prejuízo anual de 70 milhões de dólares. As respostas aos questionamentos foram rejeitadas. Agora, a Camex enviará o pedido para a OMC, que pedirá e explicações à África do Sul.

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