Escutas telefônicas da Polícia Federal indicam que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) usavam o cartão de crédito do empresário acusado de chefiar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mesmo afirmando ter um patrimônio modesto, Demóstenes gastava altas quantias com vinhos. O senador é dono de uma adega conhecida em Brasília e chegou a encomendar ao bicheiro cinco garrafas de Cheval Blanc, safra 1947, um dos melhores vinhos do mundo.
A compra, realizada em agosto de 2011, foi descoberta por gravações autorizadas pela Justiça, procedimento que faz parte das investições da Operação Monte Carlo. No Brasil, cada garrafa custa o equivalente a R$ 30 mil. No entanto, o esquema de Cachoeira conseguiu adquirir as cinco garrafas por aproximadamente US$ 15 mil (cerca de R$ 28,2 mil).
Nas gravações, Leréia aparece recebendo a senha de um cartão de crédito do contraventor. Membros do PSDB já afirmam nos bastidores que o partido terá, no mínimo, que abrir um processo interno para cobrar, formalmente, explicações de Leréia. Há pessoas que defendem ainda a expulsão do deputado, citando o exemplo do DEM no caso Demóstenes.
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