terça-feira, 3 de abril de 2012

Cirurgião plástico condena uso de silicone líquido e alerta para perigos

O alerta dos cirurgiões plásticos sobre o risco de algumas intervenções estéticas não é novidade para ninguém. Apesar disso, muitos profissionais ainda utilizam recursos mais baratos e práticos, visando o resultado imediato, mas não o sucesso do procedimento.

Mais um caso de uso indevido de substâncias em intervenções estéticas no Rio de Janeiro causou lesões graves em pacientes que desejavam aumentar a região das nádegas. O caso envolve a enfermeira Fernanda Ouverney Valente, de 25 anos, que foi acusada de aplicar mistura contendo a substância polimetilmetacrilato, causando ferimentos profundos em três mulheres, que precisaram ser internadas.

Para esclarecer os cuidados e perigos deste tipo de procedimento, o SRZD conversou com o cirurgião plástico Ricardo Cavalcanti, diretor médico da Clínica Vitée, médico da Santa Casa de Misericórdia, professor do Instituto Carlos Chagas (UFRJ) e membro das sociedades brasileira e norte-americana de cirurgia plástica. Segundo ele, o metacrilato é uma substância sintética que é usada com o objetivo de aumentar alguma região do corpo, porém, não é indicada, já que se mistura com o tecido, causando sérias lesões, muitas vezes, irreversíveis.

Ricardo esclareceu que a substância é mais utilizada em pacientes aidéticos, para aumentar a maçã do rosto, por exemplo. Porém, ela tem sido aplicada em pacientes comuns, de forma desenfreada e sem os devidos cuidados.

Ele citou que, além dos ferimentos graves, a substância também pode causar trombose e necrose da região próxima onde o metacrilato foi aplicado.

"Não uso o metacrilato, nem recomendo a nenhum médico utilizar. Quem deseja aumentar as nádegas ou alguma outra região do corpo, deve fazer uso das próteses, pois, se houver algum tipo de rejeição, basta retirá-la em um novo procedimento, sem ter riscos graves para a saúde do paciente", explicou o especialista.

O médico ainda alertou que, mesmo que os pacientes fiqeum ansiosos com as intervenções estéticas, procurem profissionais sérios, que recomendem intervenções corretas e que sejam feitas em locais apropriados, com materias esterelizados, nunca em suas residências.

A Polícia Civil investiga o caso da enfermeira, que pode ter utilizado uma substância ainda mais barata, uma espécie de silicone industrial líquido destinado a lubrificar máquinas.

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