segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aumenta a procura pelo programa de controle do tabagismo da Sesau

Campo Grande/MS - Os responsáveis pelo Programa de Prevenção e Controle do Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) constataram que a divulgação mais abrangente da lei nº 150, de dezembro de 2009, conhecida como lei anti-fumo, aumentou a procura pelo serviço gratuito da prefeitura oferecido para aqueles que querem parar de fumar. A média por trimestre de pacientes do programa anti-tabagismo era de 200 pessoas, mas, nos últimos meses (a partir de agosto), o número dobrou, chegando a 419 pacientes.

“A nova lei está ajudando, os fumantes estão se sentindo excluídos, desconfortáveis para fumar em público, escuto depoimentos de pessoas dizendo que estão envergonhadas porque percebem que os não fumantes começam a olhar torto quando acendem um cigarro”, revela Leonete Simioli, gerente técnica do programa de prevenção do tabagismo da Sesau.

O projeto da secretaria de saúde para quem quer parar de fumar foi criado há cinco anos e funciona em cinco unidades básicas de saúde (Bonança, Carlota, Pioneira, Copa Vila II e Vila Nasser), em quatro unidades básicas de saúde da família (Parque do Sol, Marabá, Itamaracá e Cerradinho), no Centro de Atenção Psicossocial (Caps III) Aerorancho e no Centro de Especialidades Médicas (Cem). A parceria da prefeitura com a Santa Casa e o Hospital Universitário também garante o atendimento nestes dois locais.

O tratamento dura um ano. Na primeira etapa o paciente faz uma entrevista com a psicóloga e participa de quatro sessões de terapia em grupo, uma vez por semana. Na segunda etapa do tratamento as visitas à unidade de saúde acontecem uma vez a cada quinze dias, e, na etapa avançada, após o quinto mês de participação no programa, o paciente faz a consulta uma vez por mês até completar doze meses.

A equipe terapêutica do projeto de controle do tabagismo é formada por psicólogo, pneumologista, educador físico e profissionais de enfermagem. “Não existe fila de espera para os interessados em participar do tratamento. Desde a criação do programa, em 2005, já atendemos 4.200 pessoas. Desse total, uma média de 1.500 pacientes, em torno de 30% dos tabagistas, realmente parou de fumar”, esclarece Leonete.

O psiquiatra Fábio Paes Barreto, Coordenador do setor de Saúde Mental da Sesau, explica porque não é fácil parar de fumar. “As pessoas que normalmente têm uma dependência só sentem prazer nas coisas que fazem normalmente, como nas conversas com amigos e confraternizações, se a droga estiver presente. A psicoterapia atua nessa relação de intimidade com a droga”.

Pode surgir também uma sintomatologia peculiar aos dependentes da nicotina que decidem largar o cigarro. “A prescrição de determinados medicamentos é para tratar a síndrome de abstinência dos dependentes químicos, caracterizada pelo suor intenso, tremedeira, palpitação e crises de ansiedade”, observa Fábio Barreto.

Projeto novo – A Sesau está desenvolvendo um novo projeto chamado de “Tabagismo nas Empresas”. A idéia é iniciar o programa de tratamento dos fumantes no próprio local em que trabalham. Os empresários interessados em aderir à iniciativa podem entrar em contato com a Leonete no telefone 33143348.

Lembrete – A Organização Mundial de Saúde considera o tabagismo como a principal causa evitável de morte. O cigarro pode provocar diversos cânceres (o principal deles é o de pulmão), enfisema, infarto, bronquite crônica, sinusite, derrame, envelhecimento prematuro da pele, entre outras doenças.

A nicotina é a substância do cigarro responsável pela dependência química. Com uma ação estimulante, a nicotina provoca aumento da ansiedade nas pessoas predispostas.

Fonte/Autor: Júlia Torrecilha Mtb/MS 197

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