O Vaticano vai emitir ações legais contra a fotomontagem divulgada pela empresa de moda Benetton na qual o Papa Bento XVI aparece beijando na boca o imã sunita de Al Azhar, segundo anunciou a Secretaria de Estado da Santa Sé nesta quinta-feira.
De acordo com uma nota oficial, o Vaticano encarregou seus advogados de empreender, tanto na Itália como no exterior, todas as ações legais para que as imagens sejam impedidas de circular nos meios de comunicação.
Ainda na véspera, quando a publicidade foi apresentada oficialmente, o grupo italiano Benetton anunciou que iria retirar prontamente de circulação todos os modelos da campanha que envolviam a fotomontagem que mostrava o contato íntimo entre o Papa e o imã sunita da universidade de Al-Azhar, no Cairo, Ahmed el Tayeb.
As campanhas da empresa têm a fama de chocar, abusando de contrastes, assuntos polêmicos e complicados, tentando quebrar com dogmas e paradigmas, sobretudo com relação a racismo, doenças e religião. Durante os anos 90, o grupo Benetton assim como seu principal fotógrafo, Oliviero Toscani, tornaram-se assunto pelas imagens provocantes que incluíam uma irmã de caridade sedutora, vestindo um hábito branco, também beijando um jovem padre de batina preta.
A campanha publicitária inclui ainda um beijo entre Hugo Chávez e Barack Obama, entre os líderes da França, Nicolas Sarkozy, e Alemanha, Angela Merkel, Mahmoud Abbas e Benjamin Netanyahu, e outro com o presidente dos Estados Unidos com o líder chinês, Hu Jintao. As imagens foram distribuídas tanto pela internet como colocadas em banners por pontos de grande visualização pública, como a catedral de Milão e no castelo de Sant'Angelo.
A campanha "United Colors of Benetton" chamada de "UNHATE" (não ódio), foi criada por Alessandro Benetton, vice-presidente do grupo. De acordo com a empresa, a proposta seria ironizar conflitos políticos e religiosos em um protesto contra a "cultura do ódio sob todas as formas".
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