Autor: João Bosco Leal
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As novas tecnologias e redes sociais nos permitem saber de pessoas que haviam sumido de nossas vidas, das quais nunca mais soubemos.
Agora estão ali, a uma tecla da reaproximação, mas acontecimentos passados, alguns tolos e outros de maior gravidade, nos levam a algumas dúvidas, se seremos aceitos ou se ainda que virtualmente, queremos esse reencontro.
Só com o tempo, a maturidade e oportunidades como estas, acabamos entendendo que muitas pessoas que passaram por nossas vidas poderiam ter permanecido se não tivéssemos sido tão infantis, intransigentes, egoístas e donos da verdade.
Quando jovens, imaginando já sermos muito sabidos, frequentemente discutimos com os mais velhos e nos rebelamos por nada, brigamos por pouco e realizamos diversas atividades que, já mais experientes, certamente não repetiríamos.
Aceleramos o veículo, mesmo quando teremos de frear no sinaleiro da próxima esquina e temos pressa, como se, mesmo nos momentos de prazeres físicos, o início e o fim fossem urgentes. Ainda buscamos muito mais quantidade do que qualidade.
Corremos muitos riscos, com pressas desnecessárias, quase sempre sem um objetivo real ou que não pudesse ser adiado. Após milhares de exemplos trágicos, ainda realizamos viagens, inclusive as de lazer, em velocidades excessivas, arriscando vidas e a fazer sofrer famílias inteiras.
Egoístas, como se fossemos o centro do mundo, tomamos atitudes impensadas, desagradando muitos, por raramente termos nos preocupado com o que alguém sentiria com elas. Em diversas oportunidades dizemos palavras que nunca deveriam ter sido ditas, ou silenciamos quando o momento exigia que disséssemos algo, sem nos preocuparmos se essa atitude machucaria alguém.
Não retribuímos muitas atitudes de carinho que nos demonstram as pessoas, algumas desconhecidas, num simples ato de desejar bom dia e perdendo, muitas vezes, a oportunidade de conhecer pessoas encantadoras.
Muitos realizam brincadeiras de mau gosto ou humilhantes, sem nunca se preocupar em quais seriam as consequências, muitas vezes provocando traumas que serão carregados por toda a vida.
Outros são verdadeiros selvagens no trânsito, respondendo a provocações, discutindo ou brigando por motivos insignificantes, que poderiam gerar consequencias imprevisíveis, inclusive fatais.
Ferimos e fomos feridos em centenas de oportunidades e sem uma explicação conhecida, sonhamos com pessoas de quem gostamos muito, que amamos, mas também com aqueles que gostaríamos de nem nos lembrar.
Amamos e nos apaixonamos, fomos ou não retribuídos, mas muitos confundiram sentimentos, achando que quem os amava deveria servir-los, estar à sua disposição, sem nenhuma retribuição, ferindo, dessa maneira, exatamente quem os amava.
Deixamos de demonstrar ou declarar claramente nosso amor ao nosso par e por simples comodismo, preguiça ou falta de educação mesmo, sequer retribuímos, dando simples telefonemas ou realizando visitas de cortesia, para pessoas que sempre nos trataram muito bem, com carinho, amizade e respeito.
Muitas vezes, só tardiamente percebemos a importância e a dedicação daqueles que, por amor, estiveram do nosso lado, sem que lhe déssemos o devido valor.
As indelicadezas, deslizes e erros, quando cometidos repetidamente, acabam se tornando indesculpáveis.
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