quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Morte de Eliza Samúdio foi prova de amor gay, diz advogado de Bruno

Após mais de um ano do desaparecimento de Eliza Samúdio, o caso envolvendo o ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, continua. Seu novo advogado, Rui Pimenta, disse nesta quinta-feira que culpado pela morte da amante do ex-atleta é Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que teria assassinado Eliza como prova de amor homossexual a Bruno. As informações foram passadas pelo site do Terra.

Após a afirmação, Rui Pimenta disse que, para confirmar a nova acusação, seria necessária uma "avaliação feita por psiquiatras forenses". O advogado explicou que um dos indícios que o levou a acreditar nesta versão é a tatuagem que Macarrão leva nas costas que, segundo o próprio, é uma prova de amizade a Bruno.

Macarrão negou que seja homossexual e informou que, recentemente, teria denunciado à administração da Penitenciária Nelson Hungria e à Justiça os hábitos de outros presos o chamarem de "bicha". A declaração foi dada durante um depoimento prestado ao deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas, que esteve na penitenciária para apurar a denúncia de que Macarrão estaria sendo ameaçado de morte.

O advogado Rui Pimenta disse também acreditar que o ex-goleiro possa ser libertado em poucos dias. Ele explicou que na véspera do recesso Judiciário de dezembro, foi colocado um pedido de habeas-corpus em Brasília e que tem "99% de certeza" de que Bruno sairá da prisão e voltará a jogar no Flamengo rapidamente, já que ele estaria preparado fisicamente para isso. "É um rapaz jovem, de bom porte físico, atleta, e conta com todas as condições de exercer a profissão", disse Pimenta.

Relembre o caso

Eliza Samúdio desapareceu no dia 4 de julho de 2010, durante um período em que ue teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite do então goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes. Meses antes, a amante havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele chegou a agredi-la para que abortasse a criança. Após ter o filho, Eliza entrou com um pedido de reconhecimento da paternidade do goleiro na justiça.

No dia 24 a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada até a morte por Bruno e dois amigos no sítio do jogador em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. No dia seguinte, policiais foram até o local e receberam a informação de que o bebê de então 4 meses, filho de Eliza, estaria lá. No entanto, a mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a informação. Apenas durante os depoimentos a criança foi encontrada, quando um dos amigos de Bruno afirmou ter entregado o bebê na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Durante as buscas da polícia pela amante do atleta, um motorista de ônibus afirmou que seu sobrinho havia participado do crime. O menor foi encontrado na casa de Bruno no Rio. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos contou que a mulher teria sido mantida em cativeiro durante a estadia em Minas e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a estrangulou, esquartejou, jogou os restos mortais para seus cães comerem e concretou os ossos.

Após isso, a mulher de Bruno foi presa e tanto o goleiro como seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, foram dados como foragidos. Até o fim do dia, ambos se entregaram à polícia. Pouco tempo depois também foram presos Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, todos acusados de envolvimento no caso. Nenhum deles confessou participar do incidente.

Em 30 de julho, todos eles foram indiciados pelo sequestro e morte de Eliza. Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, foram condenados pela Justiça do Rio pelo sequestro e agressão a Eliza. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, com o último respondendo também por ocultação de cadáver.

Nenhum comentário: