A presidente Dilma Rousseff, junto a presidente argentina Cristina Kirchner, demonstrou nesta sexta-feira preocupação com a economia global. Em declaração à imprensa após encontro entre as presidentes, Dilma defendeu que os países da América do Sul coordenem respostas conjuntas à situação de crise da economia global nas reuniões de ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais da região, previstas para agosto.
"Discutimos os grandes problemas de economia global. Devemos definir ações conjuntas e concretas para defender nossos países da excessiva liquidez, que valoriza artificialmente nossas moedas, e da avalanche de produtos manufaturados que, não encontrando mercado nos países desenvolvidos, atingem o emprego e a indústria nas nossas regiões", disse Dilma
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As duas afirmaram que o assunto será discutido em reunião entre ministros da Fazenda, no dia 4 de agosto, em Lima, e de presidentes de Bancos Centrais em Buenos Aires, no dia 11 de agosto. "Temos que nos adiantar porque os tempos do mercado não são muitas vezes os tempos da política", disse Cristina Kirchner.
A presidente argentina afirmou que a reunião da União da Nações Sul-Americanas (Unasul), realizada na quinta-feira em Lima, foi importante porque, pela primeira vez, houve um visão comum quanto aos problemas econômicos globais e seus impactos na região. De acordo com Cristina Kirchner, a reunião na capital peruana serviu para que os países membros da Unasul tivessem uma visão comum dos atuais problemas globais e de seus impactos na região em matéria de renda e de capital especulativo.
Embora o Brasil e a Argentina enfrentem problemas com a imposição de barreiras comerciais, Dilma afirmou que a parceria entre os dois países tem "bases muito sólidas, inclusive econômicas", e que as relações do Brasil com o país vizinho atingem uma amplitude que não ocorre com nenhum outro.
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A líder brasileira disse que é importante os dois países integrarem cada vez mais os processos produtivos e minimizou problemas que surgem na relação comercial. "Com uma integração dessa magnitude, é impossível retroceder. Diante dela, os problemas que surgem aqui e ali, e que estamos resolvendo, são de pouca monta. Nosso futuro comum passa por mais comércio, mais investimentos e maior aproximação de nossos empresários."
Cristina Kirchner destacou que os governos argentino e brasileiro irão trabalhar para a articulação do setor privado dos dois países e que o crescimento da Argentina não deve ser visto como uma ameaça pelos empresários brasileiros. "Não pode haver incompatibilidade entre o nosso empresariado porque estamos em condições de vencer".
* Agência Brasil
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