terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Atiram 15 vezes contra travestis e matam dois no centro de Curitiba

Todos jantavam no restaurante 'Gato Preto' quando homens renderam segurança e começaram a atirar

Rodrigo Bialli e Antônio Nascimento
Dois homens fortemente armados invadiram um restaurante no centro de Curitiba, no final de madrugada de hoje e balearam cinco travestis que jantavam no local. Em decorrência dos mais de 15 disparos, duas vítimas não resistiram aos ferimentos e acabaram morrendo.

O crime ocorreu por volta de 5h20, no restaurante dançante Gato Preto, na rua Ermelino de Leão, num local conhecido como “boca do lixo”. Segundo testemunhas que falaram com os repórteres da rádio Banda B, dois homens armados chegaram até a frente do estabelecimento numa moto Yamaha R1 amarela e se identificaram como policiais.

Em posse de pistolas calibre .40 e 380, os marginais solicitaram que o segurança se virasse contra a parede e um deles invadiu o local. Ao entrar no restaurante, o criminoso foi em direção a um grupo de travestis que estava reunido numa mesa e começou a atirar.
Durante a empreitada, o bandido atingiu fatalmente os travestis Douglas Mendes Rezende (22), vulgo Duda Top e outro, conhecido apenas como Mirelinha. Além das vítimas fatais, outras três pessoas, Rodrigo de Araújo Souza (32), Luciano Henrique da Silva (16) e Adriano da Silva Oliveira (20), foram encaminhadas ao Hospital Evangélico com vários disparos pelo corpo, porém, nenhum dos feridos corre risco de morte.
Informações não oficiais dão conta de que um desembargador aposentado que jantava no restaurante no momento do incidente foi atingido por um tiro na perna de raspão.

De acordo com informações de seguranças de um bar vizinho ao local do crime, depois de terem agido no restaurante, os criminosos foram ainda até um videokê, nas imediações, e dispararam mais alguns tiros, porém, não atingiram ninguém.

Investigadores da Delegacia de Homicídios foram até o local e fizeram vários levantamentos para instaurar um inquérito. Depois de deixar o local, alguns agentes foram até o hospital para conversar com as vítimas que estão internadas na tentativa de descobrir a motivação do crime. Quando questionados sobre possíveis desavenças, um dos envolvidos falou que momentos antes do crime o grupo havia apedrejado um veículo que, segundo ele, havia jogado cerveja contra os travestis.

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