sábado, 15 de maio de 2010

Brasil: um país sem futuro

Minha geração foi criada ouvindo que “o jovem é o futuro de um país”. Assim, ficou gravado em minha mente que tudo deveria girar, principalmente, em torno do jovem. Qualquer projeto ou investimento feito pelo país deveria levar em consideração, primordialmente, o jovem, e, dessa maneira, com saúde e educação de boa qualidade para este, em no máximo três décadas teríamos um novo país.

Essa política foi implantada em diversos países, que hoje já colhem o seu fruto, como o Japão e a Coréia do Sul. No Brasil, está ocorrendo o inverso. Nosso jovem está sendo criado em meio a tudo o que dele deveria ser afastado, como a educação de baixíssimo nível, saúde pública um caos, a corrupção generalizada, e as drogas.

A imprensa tem divulgado, sistematicamente, situações de jovens para os quais o futuro já acabou. São jovens que, com o uso de drogas, além de destruir seu futuro, destroem também o de suas famílias, de modo emocional, físico e financeiro. Atualmente, jovens agridem e roubam os próprios familiares para se drogarem.

Penso que, de um modo geral, a culpa foi nossa mesmo, desta geração, que só deu direitos, e não deu deveres, a seus cidadãos. Uma geração que não impôs limites aos filhos. Que só criou leis tratando dos “direitos humanos”.

São os direitos das crianças, que não podem levar um bom tapinha no bum bum quando merecem, e do jovem que não pode mais ser repreendido duramente pelos pais ou pelo professor. Direitos do presidiário, cujos familiares recebem o “auxílio reclusão”. Dos ladrões, assaltantes e criminosos, que não podem ser algemados para não serem expostos, e tantos outros “direitos”, sem nenhuma contrapartida de “obrigações”.

Qual será o futuro do Brasil, ao ser, dentro de vinte anos, governado, legislado e julgado por um jovem como esse, que aos doze, quinze, ou mesmo vinte anos, agrediu os pais, roubou ou matou para adquirir drogas? Que agrediu, moral e até fisicamente, seu professor? Que, apesar dos crimes nada lhe ocorreu justamente porque ser menor? Que foi enviado para um “centro de atendimento socioeducativo” de menores, até se tornar maior de idade e ganhar a liberdade para novamente assaltar e roubar? Um local onde só aprendeu a ser ainda mais bandido?

Será esse jovem, que, se sobreviver às drogas, já com os neurônios e os princípios éticos e morais destruídos, legislará sobre a próxima geração, a dos seus filhos, que certamente já nascerá dependente. Quais serão seus direitos? Usarão drogas em salas de aula? A liberdade permitirá que usem drogas e façam sexo na sala da casa de seus pais, nós, que já velhos seremos presos se reclamarmos? Nossos netos nos agredirão se os contrariarmos?

Se não desejamos algo semelhante, penso ser fundamental que limites e obrigações sejam impostos aos nossos filhos. Que o governo combata com todo rigor o narcotraficante, algemando-o sim, expondo-o sim, e fazendo com que, dessa maneira, mostrados derrotados e presos, deixem de ser os “herois” ou os “Rambos” dos menores, que ficam admirados ao vê-los desfilar pelos bairros, armados até os dentes, com belos carros, lindas mulheres, dando ordens aos outros cidadãos, impondo regras, leis, e matando qualquer um que se oponha a eles.

Chega de bandidos, corruptos e traficantes em nosso país. De todos os níveis, do chefe do tráfico instalado em um barraco no morro da favela, ao conhecido, parente, morando ao lado ou instalado em um grande escritório das grandes cidades, capitais ou de Brasília. Todos são igualmente bandidos e, de onde estão, comandam grupos de assaltantes, corruptos e o tráfico, sem sujar as roupas caras com o sangue de nossos filhos, mas enchendo os bolsos, as cuecas e as meias do dinheiro sujo, da corrupção, roubo ou narcotráfico.

Ou acabamos com eles, ou eles, drogando e corrompendo nossos jovens, acabam com o futuro do Brasil.
Autor: João Bosco Leal
www.joaoboscoleal.com.br

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