quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Bovespa despenca e dólar sobe mesmo com intervenção do BC

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou esta quinta-feira com preocupante queda de 4,83%, aos 53.280 pontos. Essa foi a maior baixa desde 8 de agosto, quando o índice perdeu 8,08%. O giro financeiro foi de 8 bilhões de reais. O dia foi de grande aversão aos riscos da crise financeira por todo o mundo. Este foi o quarto recuo seguido do Ibovespa, que tem queda acumulada na semana de 6,9%.

O comunicado pessimista feito na última quarta-feira pelo Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve, ou Fed) continuou influenciando os investidores nessa quinta-feira. Ele alertou sobre um risco "significativo" na própria economia americana e anunciou um programa para direcionar seu balanço de 2,85 trilhões de dólares fortemente a ativos de prazo mais longo, método conhecido como "twist".

Nos Estados Unidos, os principais índices do mercado também fecharam em queda após a notícia de contração na atividade industrial chineza e do setor privado europeu. O Dow Jones perdeu 3,51%, Nasdaq caiu 3,25% e o S&P 500 recuou 3,19%.

Dólar continua a subir

O dólar fechou o dia com alta de 3,52%, a R$ 1,91, maior cotação desde 17 de julho de 2009, quando atingiu R$ 1,928. Durante a quinta-feira, a moeda americana chegou na máxima de R$ 1,9530, mas perdeu força após a intervenção do Banco Central (BC) brasileiro que anunciou a oferta de contratos de swap cambial tradicional (venda de dólar no mercado futuro). O BC vendeu US$ 2,7 bilhões em contratos de swap tradicional em leilão.

As medidas tomadas pelo Brasil contra a subida do dólar mudaram o pensamento dos investidores sobre o câmbio. Acredita-se em uma alta mais leve da moeda após a valorização acumulada de 19% neste mês. Ainda assim, existem divergencias. O medo de uma recessão global e de que a crise da Europa chegue ao Brasil ainda afeta alguns analistas.

O BC está focando suas medidas no mercado futuro de acordo com a avaliação de que o fluxo de dólares para o país vai continuar. A medida elimina a necessidade de queimar reservas internacionais para tornar a oferta da moeda estrangeira maior no mercado nacional.

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