domingo, 23 de janeiro de 2011

Construtoras darão 2 mil casas populares na Serra

Empresas que atuam no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ vão erguer unidades habitacionais em sete cidades atingidas por chuvas. Número de mortos já chega a 805

Rio - Enquanto o número de mortos em decorrência das fortes chuvas que atingiram a Região Serrana continuam aumentando — o mais recente balanço da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro registra 805 vítimas fatais, sendo 387 em Nova Friburgo, 323 em Teresópolis, 66 em Petrópolis, 22 em Sumidouro, seis em São José do Vale do Rio Preto e uma morte em Bom Jardim —, um grupo de construtoras anunciou a união de forças para viabilizar a construção de 2 mil casas populares.

As empresas MRV, RJZ/Cyrela, Gafisa, PDG, Rodobens e Rossi, que integram o programa habitacional ‘Minha Casa, Minha Vida’, do Governo Federal, selaram acordo com o governador do Rio, Sérgio Cabral, para a construção das unidades nos sete municípios afetados pela tragédia (incluindo Areal, que não registrou mortos), para serem doadas às vítimas das enchentes. O anúncio oficial será quinta-feira, em encontro com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio Guanabara.

Em Itaipava, distrito de Petrópolis, uma das áreas atingidas pelas fortes chuvas na Região Serrana, várias casas foram inteiramente destruídas | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia

A parceria prevê que o governo do estado dê os terrenos e a infraestrutura. “Na próxima semana, vamos começar os trabalhos de topografia e sondagem no terreno da Fazenda da Laje, de cerca de 2 milhões de metros quadrados. Ele fica no distrito de Conselheiro Paulino, em Nova Friburgo, e foi desapropriado pela prefeitura”, afirmou o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, que esteve, sexta-feira, com Cabral, no encontro com os diretores das construtoras.

Segundo Pezão, a ideia é construir seis mil unidades habitacionais. “Também em Nova Friburgo, estamos em entendimentos com o proprietário de um terreno onde pretendemos erguer 800 moradias”, garantiu o vice-governador. Pezão disse ainda que vai se reunir na terça-feira com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a secretária nacional de Habitação, Inês Magalhães, e o subsecretário-executivo de Obras do Estado, Hudson Braga, para tratar da construção de casas populares na Região Serrana.

LEPTOSPIROSE

De acordo com os dados oficiais, pelo menos 6,4 mil pessoas ainda estão desabrigadas ou desalojadas em Petrópolis, 5.190 em Nova Friburgo e 2.240 em Teresópolis. A Secretaria Estadual da Saúde do Rio de Janeiro informou no final da tarde de ontem que foram confirmados três casos de leptospirose, sendo dois em Friburgo e um em Teresópolis. A Vigilância em Saúde alerta que os moradores que tiveram suas casas tomadas pelas chuvas devem procurar atendimento médico quando apresentarem sintomas, para evitar o contágio da doença.

A recomendação é que paredes, objetos e roupas atingidas pelas águas sejam lavados com água sanitária e água (quatro xícaras de café de água sanitária para cada 20 litros de água). Os alimentos que tiveram contato com a água contaminada devem ser jogados fora e as caixas d’água devem ser limpas e desinfetadas.

Reportagem: Beatriz Salomão e Leandro Souto Maior

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