Por: Agencia Estado - Eduardo Kattah, enviado especial
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu hoje que tem se esforçado para manter um período de silêncio após deixar o Palácio do Planalto. Lula admitiu que necessita 'desencarnar da Presidência'. Depois de receber na noite de sexta-feira o título de doutor honoris causa na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, o ex-presidente foi agraciado com uma comenda oferecida pela prefeitura de Ubá, também no Estado.
Durante uma rápida cerimônia no aeroporto da cidade mineira, Lula mais uma vez evitou responder às abordagens dos jornalistas e reiterou que pretende manter-se em 'férias' até o fim do carnaval.
'É a minha primeira atividade depois que eu deixei a Presidência. Eu, na verdade, não quero ter atividade até março, vou esperar o carnaval. A companheira Dilma está montando o seu time e eu preciso desencarnar da Presidência. Então, quanto mais quieto eu ficar, quanto menos eu falar, melhor será para todos nós', disse o ex-presidente, que prometeu 'reencarnar como cidadão brasileiro' somente.
Lula não quis fazer nenhum prognóstico em relação ao caso do ex-ativista italiano Cesare Battisti. No seu último dia de mandato, o ex-presidente negou a extradição. A defesa de Battisti pediu neste mês sua libertação, o que deverá ser decidido pelo pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro. Lula também evitou falar sobre o governo de sua sucessora.
Ele recebeu do prefeito Vadinho Baião (PT) a medalha Ary Barroso, comenda estabelecida pela administração municipal em 2003, quando do centenário de nascimento do compositor natural de Ubá. O ex-presidente também ganhou de presente uma cesta com produtos da região, incluindo o tradicional doce de manga (mangada) e uma garrafa de cachaça.
O prefeito pediu que Lula levasse uma caixa de doce para o ex-vice-presidente José Alencar. O ex-presidente havia solicitado aos assessores que adiantassem a cerimônia para poder fazer uma visita a Alencar no seu retorno a São Paulo. Lula telefonou para o ex-vice-presidente, que tem fortes ligações com Ubá, onde viveu e teve negócios. 'Contei para ele que eu estava aqui e ele ficou muito feliz. Encontrei várias pessoas que trabalhavam com o José Alencar', observou. 'Vou levar uma caixinha (de mangada) para ele, mas vai depender da fome que eu estiver no avião.'
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