Entre todas as mudanças que Tite teve que promover no líder do Campeonato Brasileiro, uma que era muito esperada pela diretoria virou decisiva de maneira negativa para o time. Renan adiantou-se, levou um gol de Wallyson e viu o Cruzeiro, mesmo com um a menos, ser o primeiro a bater o Corinthians no torneio, vencendo por 1 a 0 neste domingo no Pacaembu.
Superior em meio ao ferrolho montado por Joel Santana, o Timão acabou sendo punido pelo preciso chute de Wallyson aos nove minutos do segundo tempo. Nem adiantou Gilberto ser expulso aos 27. Depois de dez jogos de invencibilidade, o ainda primeiro colocado do Nacional acabou vencido. Mesmo assim, foi aplaudido pela torcida.
O Alvinegro segue com 28 pontos, a seis do vice-líder São Paulo, e tenta retomar seu rumo de vitórias contra o Avaí, no próximo domingo, em Santa Catarina. Já a Raposa chega a 18 pontos e se aproxima da zona de classificação para a Libertadores, animando-se para visitar o Atlético-GO às 19h30 da próxima quarta-feira.
O jogo - Para parar o líder do Campeonato Brasileiro que só perdeu dois pontos até agora, Joel Santana resolveu inovar, mas não arriscar. Fabrício e Everton viraram laterais para perseguir Jorge Henrique e Willian, respectivamente, soltando Vitor e Gilberto para bloquearem Welder e Ramon, mas sem passarem do meio-campo. Completando o ferrolho celeste, Marquinhos Paraná colou em Danilo, deixando Emerson isolado entre os dois zagueiros.
O Cruzeiro estava armado para atuar sem a bola. O problema era saber o que fazer com ela. Roger não tinha disposição para voltar tanto ao meio-campo para municiar Montillo ou Wallysson, único atacante do time. O principal erro de Joel, porém, foi se colocar atrás e se esquecer de dois atletas fundamentais no time de Tite: Ralf e Paulinho.
Mesmo com tantos vigias, nenhum dos jogadores de frente do Corinthians parou de se mexer. A subida dos volantes, que não recebiam nem a sombra de Roger e Montillo em sua marcação, dava sempre opção para ter a bola nos pés e dar dinâmica diante do defensivo esquema mineiro.
Os cruzeirenses tiveram somente três minutos, no início de jogo, para testar o nervosismo do estreante goleiro Renan usando as subidas dos laterais, principalmente Vitor, nas costas dos defensores corintianos. Mas bastou Welder e Ramon darem um passo para trás para resolver o problema.
Sempre com espaços para avançar, Paulinho e, principalmente, Ralf criavam oportunidades para o Timão abrir o placar. O antes exclusivamente marcador deu até um toque de calcanhar para deixar Emerson na cara do gol. O atacante perdeu, assim como o próprio volante acertou a rede pelos lado de fora em bola que sobrou na área.
Apesar dos sustos, a tática defensiva dos visitantes no Pacaembu deu certo. No intervalo, contudo, os corintianos entenderam melhor a maneira de ocupar o campo adversário e Paulinho voltou mais solto para o segundo tempo, colocando-se à disposição para receber em velocidade.
Pressionado, o Cruzeiro teve que contar com maior disposição de seus meias na marcação. Assim, encontrou seu gol. Aos nove minutos, Montillo dividiu e Wallyson aproveitou-se da tensão de Renan: arriscou da intermediaria e encobriu o goleiro, marcando um golaço.
O nervosismo que marcou as poucas participações de Renan dominou o time, e Tite resolveu inovar. Trocou Ramon por Alex e transformou Danilo em lateral esquerdo, e logo o improvisado meia, que logo teve trabalho para marcar Ortigoza, escalado só para correr e dificultar a vida do corintiano.
O Cruzeiro passou a ter Wallyson, Ortigoza e Montillo prontos para contra-atacar, mas o resto do time continuava atrás, incluindo Roger, que quase não marcava. Em meio à pressão, o experiente Gilberto segurou Alex, recebeu o segundo cartão amarelo e deixou a equipe mineira com dez em campo.
A desvantagem numérica, porém, não atrapalhou os planos de Joel Santana. Com o benefício da tensão que já dominava o primeiro colocado do Brasileirão, o técnico fez até Wallyson transformar-se em um lateral esquerdo para marcar. Mesmo quando o Timão achava espaço no ferrolho, finalizava mal demais.
Jogadores e comissão técnica do Corinthians sempre disseram que, um dia, o time iria ser derrotado. A equipe chegou a vencer contra um defensivo Inter, mas, punido também pelo nervosismo de seu estreante goleiro, o Alvinegro acabou batido pela cautelosa Raposa de Joel Santana.
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