quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Com clima sombrio, 'Cru' traz revelações do passado e acerto de contas

Foto: Divulgação

"Cru" (Brasil, 2011) aposta nos diálogos e montagem para tentar impressionar com um drama de mistérios. Porém, o longa do diretor Jimi Figueiredo perde força na medida em que suas chocantes revelações se tornam previsíveis.

A história começa com clima seco e sombrio, em uma cidade qualquer perdida no interior brasileiro. Em um açougue, um forasteiro carregando uma maleta espera por um encontro. Com cortes difusos, a história se mistura com o drama de uma mãe e seu filho recém-nascido. Aos poucos as tramas caminham para um acerto de contas que marcou o passado das personagens.



Os diálogos longos e arrastados conseguem entreter enquanto o mistério ainda predomina na história, mas poderiam ser melhor formulados já que o filme tem apenas algumas conversas como base. Por outro lado, a direção de imagens e estilo da filmagem conseguem ter a atuação exata sobre o contexto, impondo um clima sombrio e tenso. As atuações também surgem como ponto forte da obra.

Apesar da previsibilidade, o roteiro é bem fechado e o filme consegue se reencontrar no instante final. As músicas escolhidas para a trilha comovem de acordo com o caminhar da trama. O argumento (ideia base do filme) possivelmente se enquadraria melhor em um curta-metragem, mas com a aplicação bem articulada da trama durante seus não tão longos 73 minutos, a obra ainda consegue convencer, o que já reflete um grande mérito.

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