Representantes do Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia informaram que o ex-ditador Muammar Gadafi e seu filho Mutassim vão ser sepultados nesta terça-feira, em um lugar "secreto" no meio do deserto. Segundo as autoridades, haverá uma cerimônia simples com a presença de clérigos islâmicos.
Durante esta segunda-feira foi publicado na internet um documento que pode ser o testamento do ex-ditador líbio, morto após ser capturado por forças rebeldes durante a manhã da última quinta-feira. O arquivo, projetado no site Seven Days, ministrado por aliados do coronel deposto, teria sido escrito em 17 de outrubro, enquanto Gadafi se refugiava em sua cidade Natal, Sirte.
No documento, Muammar Gadafi demonstra sua vontade de ser enterrado de acordo com as tradições muçulmanas, em Sirte, ao lado de sua família. Além disso, o texto carrega um apelo para que os aliados de sua doutrina continuem a lutar contra qualquer ação estrangeira contra a Líbia, "hoje, amanhã e sempre".
Três cópias teriam sido feitas para parentes diretos do ex-ditador, porém, entre os destinatários, um foi morto e outro acabou sendo detido. O terceiro ainda tem paradeiro desconhecido.
Gadafi governou a Líbia por 42 anos, mas sofreu uma revolta popular que se intensificou em fevereiro de 2011. Com o tempo, diversos países prestaram seu apoio à tentativa de revolução rebelde, que contou inclusive com ações militares da Otan. Ele permaneceu escondido desde a tomada da capital Tripoli, em agosto. Na última quinta-feira, após um ataque definitivo à Sirte, cidade considerada como último reduto pró Gadafi, forças da Otan teriam encontrado um comboio de fuga e paralizado sua movimentação. Em seguida, um grupo de rebeldes chegou ao local, onde teriam encontrado Gadafi. Pouco tempo depois, ele e o filho foram dados como mortos.
O Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos pediu uma investigação para saber se Gadafi e Mutassim foram executados.
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