sábado, 13 de fevereiro de 2010

Como faz falta ao Brasil o rei Juan Carlos, da Espanha

Ao ficar sabendo da determinação, dada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), de prisão do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, o presidente Luis Inácio Lula da Silva ligou para o novo Ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e solicitou que a prisão do governador fosse discreta, que o mesmo não fosse exposto.

A negociação de assessores do governador com a cúpula da polícia federal, para a concretização da prisão, durou toda uma tarde, passando inclusive por um telefonema dado por seu secretário de Segurança Pública, Valmir Lemos, ao diretor geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.

Em outra situação, ocorrida pouco tempo atrás, quando foram divulgadas as denúncias dos atos secretos e tantos outros “atos” cometidos no Senado Federal pelo presidente do Senado e ex presidente da República José Sarney, o presidente Lula teve a capacidade de dizer que o mesmo não poderia ser tratado “como qualquer um”, pois tinha uma “história”.

Creio que o presidente não faria os mesmos pronunciamentos em favor dos traficantes que são presos nos morros do Rio de Janeiro, dos pedófilos, dos ladrões e sequestradores que a polícia prende e todos os jornais e canais de televisão mostram algemados e sendo colocados em camburões.

A própria cúpula de seu partido está reconduzindo a cargos de comando da nova diretoria nacional os principais responsáveis pelo Mensalão do PT e Valériodutos, José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha.

Onde se baseia o presidente Lula para demonstrar tamanha diferença de tratamento entre os ladrões de bens privados e os do patrimônio público?

Parece que, para o presidente, são crimes graves, e não podem ocorrer, o tráfico de drogas, os sequestros, os roubos e outros crimes, desde que sejam cometidos contra o cidadão comum, mas todos esses mesmos crimes, não têm a mesma importância se forem cometidos contra o Patrimônio Público.

Essa atitude me trouxe à lembrança a atitude do rei Juan Carlos, da Espanha, que, cansado de ouvir tantas bobagens ditas pelo presidente Hugo Chávez, da Venezuela, disse, em alto e bom som um “Por que não te calas?”, que foi transmitido pela imprensa do mundo todo.

Precisávamos ter aqui um rei Juan Carlos para dizer a mesma coisa ao presidente Lula: que se calasse, que parasse de dizer bobagens e interferir no trabalho admirável da Polícia Federal, por um motivo muito simples, bandido é bandido e não interessa sua posição, ou o tipo de crime praticado, deve ser tratado como tal.

Para podermos dizer abertamente que vivemos em um país justo e democrático, o brasileiro precisa acreditar e ter demonstrações concretas de que a justiça será igual para todos. Como não é isso o que corre em nosso país, o exemplo, senhor presidente, deveria vir de cima.

Postado em Artigos do João Bosco
Tags: Distrito Federal José Roberto Arruda Polícia Federal STJ

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