(Lembrando Manoel de Barros)
Abro as minhas janelas pros pássaros da manhã.
De chofre o sentir da aragem azulada...
Depois um cheiro de penas arteiras.
De cascas quebradas grudadas nas penas.
Em seguida, bolor de ninho, sujida’de passarinho.
Porque eles já me invadiram com suas notas de liberdades faceiras.
Os pequeninos, pobrezinhos, cada um não dá um mindinho, fiapos de passarinhos, passarinhozinhos...
Os passarões, mensageiros galardões dos quatro cantos me encantam com seus matizes nos bicos.
Trazem-me recados dos rios que choram tortos por aí.
Porque os nascedouros são como os olhos de Deus que choram pra nós, por nós...
Então fico enlevada. Penso que os pássaros me trazem notícias de Pai Eterno.
Aí meus olhos também choram rios encurvados de felicidade.
A minha vida é assim, mundo pequeno, invadida por asas alternadas...
Agora uma árvore inteira lotada de canto me habita com cheiro de café fresquinho...
Alvoreci com olhos de arvorecer
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