sexta-feira, 8 de abril de 2011

Atirador era calado, tímido e vivia na internet

Por: Agencia Estado - AE
Um rapaz calado, tímido, introspectivo, que não se envolvia em confusão nem desrespeitava ordens. Na escola, na vizinhança e no trabalho, a descrição de Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, é a mesma, assim como a surpresa com a violência do ataque às crianças da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, onde o atirador cursou o ensino fundamental.

Atordoadas com a tragédia, pessoas que conviveram com Wellington se perguntavam ontem como ele teria conseguido as duas armas e tanta munição, já que nunca tiveram notícia de envolvimento do amigo, colega e vizinho com drogas ou criminosos. Algumas relataram, no entanto, uma mudança de comportamento nos últimos tempos.

'De seis meses para cá, ele passou a andar de preto, veio com essa história de religião, deixou a barba crescer. Acho que pediu demissão, mas nunca vi fazer nada errado. Parecia um cara legal, vivia no mundo dele. Nunca vi bebendo nem fumando, não mexia com ninguém', contou o vizinho Fábio dos Santos, de 27 anos, ajudante de motorista.

Na adolescência, Wellington foi adepto dos Testemunhas de Jeová, como a mãe adotiva, Dicéa Menezes de Oliveira, que morreu em 2010. Já os hábitos de Wellington nos últimos meses são um mistério para amigos e vizinhos. Um amigo disse ter ouvido que Wellington passou a frequentar 'uma religião secreta'. Uma das irmãs do atirador, Rosilane, de 49 anos, disse em entrevista à rádio BandNews que o jovem andava 'estranho' e 'falava desse negócio de muçulmano'. Rosilane contou que, no período das eleições, no ano passado, o irmão adotivo apareceu na antiga casa 'e estava com a barba grande'.

Vizinhos também fizeram relatos semelhantes sobre a obsessão pela internet. 'Ele só vivia no computador, não tinha amigos', disse a irmã. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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