Angela Kempfer
Um estudo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) mostra a distância entre o número de brancos em comparação aos negros e pardos no acesso ao SUS.
Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil 2009 – 2010, feito pelo economista e pesquisador, Marcelo Paixão, leva em conta dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE. Segundo o relatório, com informações de todo o País, a importância do SUS na avaliação de pretos e pardos é 19,5% superior a percepção dos brancos sobre a questão.
Apesar disso, nas consultas em postos de saúde e hospitais públicos, os negros e pardos são minoria. “Quando se trata, por exemplo, de pré-natal, 71% das mães de filhos brancos fizeram mais de sete consultas; o número de mães de filhos pretos e pardos que passaram pelos mesmos exames é 28,6% inferior’, informa o relatório.
O estudo mostra ainda que 15,6% dos pretos e pardos que foram atendidos consideraram os serviços de regular, ruim a muito ruim. Entre os que precisavam procurar um médico e desistiram, o número chegou a 33,2% dos homens, e 26,1% das mulheres pretas e pardas.
“ Esses indicadores apresentam algumas possibilidades, mais do que conclusões. Mas fica claro que o sistema falha no atendimento. Se a pessoa deixa de procurar e diz que uma das causas é não gostar dos profissionais, ela sinaliza que há um problema”, diz o pesquisador.
A população brasileira é, de acordo com a Pnad, de 189.953 milhões. Desses, 48,8% se declaram brancos; 6,5% pretos; 43,8% dizem ser pardos; e 0,9% são amarelos, indígenas ou não declararam. A pesquisa revela ainda que 43,5% dos homens pretos e pardos não haviam visitado um médico nos últimos 12 meses. Entre os brancos, o percentual era de 38,6%. (Informações do jornal O Globo)
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