MEMÓRIAS DA HISTÓRIA – Quem ainda se lembra do episódio ocorrido em 1983, em que a OAB-DF foi cercada por agentes da polícia por ordem do executor das medidas de emergência decretadas pela ditadura, general Newton Cruz? E qual motivo...!? O motivo do cerco para a OAB-DF, foi apresentado alegando que a entidade teria descumprido portaria do Ministério do Exército que proibia durante um período reuniões políticas, mas exatamente naquele dia, acontecia o I Encontro dos Advogados de Brasília.
O então presidente da OAB-DF, Maurício Corrêa, imediatamente convocou a imprensa para denunciar a invasão no evento. Enquanto concedia a entrevista, chegava um delegado com a ordem para interditar a entidade. Assim, dirigentes, associados e empregados da OAB-DF, além dos jornalistas que foram chamados para a cobertura do fato, permaneceram retidos no prédio por quase uma hora, por determinação da Polícia.
No entanto, Maurício Corrêa se recusou terminantemente a assinar o documento e em resposta disse que “...nem na época da ditadura de Getúlio Vargas haviam sido adotadas medidas parecidas e que o ultraje atingia a todos os advogados do Brasil”. Em seguida, os advogados presentes desceram os quatro lances de escada em direção ao térreo, de onde, diante da bandeira brasileira, cantaram o hino nacional. Frente a repercussão negativa do cerco à OAB, o general Newton Cruz transigiu, reconhecendo que houve “excesso de zelo” por parte das autoridades.
MAURÍCIO CORRÊA, ministro aposentado, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e da seccional do Distrito Federal da OAB, falecido na última sexta-feira (17/2) em Brasília.
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