O empresário Marcos Valério deixou a prisão Interestadual (Polinter), no centro de Salvador, no início da tarde desta quarta-feira. Valério se negou a dar entrevista, mas derrubou o celular de um operador de áudio da TV Bahia e parou para pedir desculpas ao funcionário. Ele acabou respondendo algumas perguntas. Valério afirmou que confia na Justiça e que as acusações feitas contra ele não "procedem".
A liminar de soltura do empresário foi concedida nesta terça-feira pelo desembargador Sebastião Reis Júnior, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Carlos Ferro, o inquérito policial foi encaminhado à Justiça na segunda-feira. Ao fim, 40 pessoas foram indiciadas entre empresários, advogados, agricultores e servidores do Cartório de Registro de Imóveis de São Desidério. O delegado disse que a soltura de Valério e seus sócios era esperada porque "quem tem bom advogado não fica preso". Segundo ele, as leis no Brasil beneficiam as pessoas que têm condições de pagar um bom advogado.
Segundo o STJ, o ministro relator do habeas corpus avaliou que a "segregação cautelar" de Marcos Valério não se justifica porque "não é mencionada nenhuma participação do paciente, ainda que como autor intelectual". Ainda segundo ele, a atualidade do fato deve ser considerada, já que o inquérito mostra que o esquema foi iniciado em 2000, e após dez anos não se pode alegar que colocar Valério em liberdade traria risco à ordem pública.
Marcos Valério e sócios dele foram presos no dia dois de dezembro, durante a Operação Terra do Nunca, deflagrada pela Justiça da Bahia. Ele são investigados por crimes de grilagem de terra e aquisição de papéis públicos.
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