Numa crítica em relação à técnica tradicionalista, Paulo Freire aborda a concepção de que os alunos são um banco onde o professor faz os depósito e aqueles o recebem, arquivando-o, até a chegada da prova, ocasião em que o professor vem buscar o extrato memorizado de seu depósito. Esse tipo de avaliação, de acordo com Ausubel, não faz parte do processo real de ensino-aprendizagem, pois não passa do emprego medíocre e autoritário de técnicas avaliativas que podem conformar a aceitação acrítica ou pré-crítica de idéias, reprimir a originalidade e a criatividade e gerar níveis de ansiedade, competitividade e tensão pessoal.
A atividade de avaliar não se resume à realização de provas e atribuição de notas. A avaliação é uma tarefa complexa, didática e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo ensino-aprendizagem, em que se analisa os resultados obtidos num trabalho conjunto entre professor e aluno com o objetivo proposto. E através dela que se faz uma reflexão sobre a qualidade do trabalho acadêmico tanto do professor como do aluno.
Portanto, não se pode mais admitir que a avaliação seja utilizada como forma de demonstração de poder dos docentes sobre os alunos, nem como forma de competição, onde a publicação de notas faz com que os melhores estejam em evidência. Essas são práticas comuns, em que ocorre, inicialmente, a descriminalização dos alunos entre bons e maus para depois possibilitar a escolha dos melhores.
Para ocorrerem mudanças substanciais na educação, mister se faz o reconhecimento da prevalência da “educação bancária” e seu enfrentamento pelo acolhimento de novos perfis docentes, com métodos e técnicas de dialogicidade, de modo a permitir um agir e um pensar reflexivo no comportamento dos alunos, diferente de um refletir exclusivo do professor. Aí se chega a um fazer com reciprocidade, de reflexões simultâneas. Integrando-se a tais idéias, propomos algumas técnicas pedagógicas que facilitam a ação simultânea professor-aluno: estudo dirigido, técnica da leitura de livros e técnica da exegese.
Estudo dirigido implica em: a) ler um determinado capítulo de uma obra e, sem apontamentos e nem leituras, explanar o assunto aos colegas de sala; ou fichá-lo e reescrever o capítulo, sem consulta; ou extrair do mesmo o maior número possível de questões, cujas respostas possam ser encontradas no próprio texto; ou fazer comparação entre dois textos que tratam do mesmo assunto, extraindo os pontos e as idéias principais; ou ainda resolver problemas postos pelo professor que exijam reflexão.
A técnica de leitura de livros pode ser desenvolvida da seguinte forma: pode-se deixar uns 10 a 15 minutos de cada aula, para que um acadêmico faça um relato aos seus colegas de turma, acerca do conteúdo do livro lido.
Sobre a exegese o professor pode começar por indagar aos seus alunos sobre determinado instituto jurídico, como por exemplo, o que realmente deve se entender por “direitos” e, na sequência, por “direitos fundamentais”. Não dá a resposta pronta e acabada, mas sugere leituras complementares aos alunos, de modo a tornar claro o conceito desses institutos. Ou indagar sobre o que é Pedagogia e na sequência sobre o que se entende por Pedagogia do Oprimido ...
Paulo César Ribeiro Martins
Professor da UEMS/FIPAR/AEMS
Doutor em Psicologia pela PUCCAMP
A atividade de avaliar não se resume à realização de provas e atribuição de notas. A avaliação é uma tarefa complexa, didática e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo ensino-aprendizagem, em que se analisa os resultados obtidos num trabalho conjunto entre professor e aluno com o objetivo proposto. E através dela que se faz uma reflexão sobre a qualidade do trabalho acadêmico tanto do professor como do aluno.
Portanto, não se pode mais admitir que a avaliação seja utilizada como forma de demonstração de poder dos docentes sobre os alunos, nem como forma de competição, onde a publicação de notas faz com que os melhores estejam em evidência. Essas são práticas comuns, em que ocorre, inicialmente, a descriminalização dos alunos entre bons e maus para depois possibilitar a escolha dos melhores.
Para ocorrerem mudanças substanciais na educação, mister se faz o reconhecimento da prevalência da “educação bancária” e seu enfrentamento pelo acolhimento de novos perfis docentes, com métodos e técnicas de dialogicidade, de modo a permitir um agir e um pensar reflexivo no comportamento dos alunos, diferente de um refletir exclusivo do professor. Aí se chega a um fazer com reciprocidade, de reflexões simultâneas. Integrando-se a tais idéias, propomos algumas técnicas pedagógicas que facilitam a ação simultânea professor-aluno: estudo dirigido, técnica da leitura de livros e técnica da exegese.
Estudo dirigido implica em: a) ler um determinado capítulo de uma obra e, sem apontamentos e nem leituras, explanar o assunto aos colegas de sala; ou fichá-lo e reescrever o capítulo, sem consulta; ou extrair do mesmo o maior número possível de questões, cujas respostas possam ser encontradas no próprio texto; ou fazer comparação entre dois textos que tratam do mesmo assunto, extraindo os pontos e as idéias principais; ou ainda resolver problemas postos pelo professor que exijam reflexão.
A técnica de leitura de livros pode ser desenvolvida da seguinte forma: pode-se deixar uns 10 a 15 minutos de cada aula, para que um acadêmico faça um relato aos seus colegas de turma, acerca do conteúdo do livro lido.
Sobre a exegese o professor pode começar por indagar aos seus alunos sobre determinado instituto jurídico, como por exemplo, o que realmente deve se entender por “direitos” e, na sequência, por “direitos fundamentais”. Não dá a resposta pronta e acabada, mas sugere leituras complementares aos alunos, de modo a tornar claro o conceito desses institutos. Ou indagar sobre o que é Pedagogia e na sequência sobre o que se entende por Pedagogia do Oprimido ...
Paulo César Ribeiro Martins
Professor da UEMS/FIPAR/AEMS
Doutor em Psicologia pela PUCCAMP
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