Os estudos científicos sobre sexualidade humana tiveram grande impulso no final do século XIX, início do século XX. Nessa época nasce a Psicanálise e aparecem os primeiros clássicos da literatura sexológica. Alguns autores são considerados como referência fundamental. Krafft-Ebing, especialista em psiquiatria, professor em Strausburg e em Viena, em 1886 lançou o clássico Psychopathia sexualis, no qual fez uma lista de condutas que considerava psicopatológicas, numa época em que sexo era reduzido, cientificamente falando, à questão da reprodução, o que bem se harmonizava com o ambiente cultural vitoriano. Nessa obra, cunhou o termo sadismo, baseado em Marques de Sade; e o termo masoquismo, baseando-se em escritos de von Leopold Sacher-Masoch, que desejava ser chicoteado e escravizado por uma mulher.
Dez anos depois, em 1896, Havelock Ellis, médico e antropólogo inglês, começou a publicar escritos que comporiam a obra Psychology of Sex. Baseou seu pensamento em observações e interpretações de comportamentos sexuais das pessoas, vinculando prazer e afeto, de modo até então aparentemente inédito. O estudo explorou relações sexuais numa perspectiva biológica e multicultural. No seu primeiro livro, publicado na Alemanha, com o título de Sexual inversion, conclui que o comportamento homossexual não é uma doença ou um crime. Essa mesma obra, quando publicada na Inglaterra, foi considerada obscena pelo judiciário, pois assegurava aos seus leitores que a masturbação não conduzia a doenças graves e que as mulheres tinham direito ao prazer sexual e à educação sexual.
Nessa época, Freud faz seus primeiros estudos sobre sexualidade. Em 1905 publica os Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, trazendo contribuições importantíssimas e absolutamente polêmicas. Enfatiza o quão é enganoso supor que a vida sexual começa apenas na puberdade, defendendo que esta tem início nos primeiros anos de vida, com os cuidados dispensados ao bebê. Acrescenta, ainda, que as experiências infantis marcam de modo consistente os padrões e caminhos da sexualidade adulta.
Outro personagem importante neste cenário é Wilhelm Reich, médico vienense, que dava muita importância para o desenvolvimento de uma livre expressão dos sentimentos nos relacionamentos amorosos maduros. Acreditava que a meta da terapia era a libertação dos bloqueios do corpo e a obtenção da plena capacidade para o orgasmo sexual, o qual sentia estar bloqueado na maioria dos homens e mulheres de sua época.
Em meados do século XX uma perspectiva biológica é assumida nos estudos de Alfred Kinsey, biólogo entomologista.
Em 1948 lançou Sexual Behavior in the Human Male e, em 1953, Sexual Behavior in the Human Female. Suas obras tornaram-se best-sellers, transformando-se em celebridade, sendo considerado o pai da sexologia. Seus estudos revolucionaram os conceitos sobre sexualidade e abriram caminho para a discussão de uma série de comportamentos humanos e acarinhamentos, pressupostos, até então, considerados como perversos ou incomuns às pessoas. Influenciando profundamente os valores culturais dos Estados Unidos durante os anos sessenta, repercutindo no advento da revolução sexual.
Entre 1950 e 1960, Willian Masters, médico, e Virgínia Johnson, psicóloga, realizaram observações de relações sexuais e atos masturbatórios em laboratório, o que originou os primeiros registros sobre a fisiologia da resposta sexual humana baseados em observações diretas de mais de dez mil casos. A partir deste trabalho, elaboraram diagnósticos e tratamentos, concluindo que o sexo deveria ser considerado uma atividade saudável e natural.
No Brasil, psicólogos e médicos comportamentalistas começaram a se preocupar com as disfunções sexuais no início dos anos setenta. No entanto, o modelo cognitivo comportamental não constitui a única alternativa de abordagem para tratar dos problemas da vida sexual, de modo que esta problemática tem sido abordada produtivamente por diferentes escolas psicológicas, dentre as quais a cognitiva, a sistêmica, a gestáltica e a psicanalítica.
A abordagem psicanalítica entende as dificuldades sexuais como acontecer humano, que não admite a concepção do corpo-máquina a ser recondicionado comportamentalmente. Não entende os sintomas relativos à vida sexual como manifestações isoladas dos contextos sociais e históricos. As dificuldades nos relacionamentos podem se expressar por meio de sintomas como ejaculação precoce, disfunção erétil, inibição do desejo, ejaculação retardada e falta de orgasmo. Por outro lado, certamente, as dificuldades na vida sexual afetiva vão além desses sintomas conhecidos. Um casal pode ter um bom desempenho sexual do ponto de vista físico e não ter uma vida conjugal satisfatória, vivendo uma vida de aparência minada por relações extraconjugais.
Dez anos depois, em 1896, Havelock Ellis, médico e antropólogo inglês, começou a publicar escritos que comporiam a obra Psychology of Sex. Baseou seu pensamento em observações e interpretações de comportamentos sexuais das pessoas, vinculando prazer e afeto, de modo até então aparentemente inédito. O estudo explorou relações sexuais numa perspectiva biológica e multicultural. No seu primeiro livro, publicado na Alemanha, com o título de Sexual inversion, conclui que o comportamento homossexual não é uma doença ou um crime. Essa mesma obra, quando publicada na Inglaterra, foi considerada obscena pelo judiciário, pois assegurava aos seus leitores que a masturbação não conduzia a doenças graves e que as mulheres tinham direito ao prazer sexual e à educação sexual.
Nessa época, Freud faz seus primeiros estudos sobre sexualidade. Em 1905 publica os Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, trazendo contribuições importantíssimas e absolutamente polêmicas. Enfatiza o quão é enganoso supor que a vida sexual começa apenas na puberdade, defendendo que esta tem início nos primeiros anos de vida, com os cuidados dispensados ao bebê. Acrescenta, ainda, que as experiências infantis marcam de modo consistente os padrões e caminhos da sexualidade adulta.
Outro personagem importante neste cenário é Wilhelm Reich, médico vienense, que dava muita importância para o desenvolvimento de uma livre expressão dos sentimentos nos relacionamentos amorosos maduros. Acreditava que a meta da terapia era a libertação dos bloqueios do corpo e a obtenção da plena capacidade para o orgasmo sexual, o qual sentia estar bloqueado na maioria dos homens e mulheres de sua época.
Em meados do século XX uma perspectiva biológica é assumida nos estudos de Alfred Kinsey, biólogo entomologista.
Em 1948 lançou Sexual Behavior in the Human Male e, em 1953, Sexual Behavior in the Human Female. Suas obras tornaram-se best-sellers, transformando-se em celebridade, sendo considerado o pai da sexologia. Seus estudos revolucionaram os conceitos sobre sexualidade e abriram caminho para a discussão de uma série de comportamentos humanos e acarinhamentos, pressupostos, até então, considerados como perversos ou incomuns às pessoas. Influenciando profundamente os valores culturais dos Estados Unidos durante os anos sessenta, repercutindo no advento da revolução sexual.
Entre 1950 e 1960, Willian Masters, médico, e Virgínia Johnson, psicóloga, realizaram observações de relações sexuais e atos masturbatórios em laboratório, o que originou os primeiros registros sobre a fisiologia da resposta sexual humana baseados em observações diretas de mais de dez mil casos. A partir deste trabalho, elaboraram diagnósticos e tratamentos, concluindo que o sexo deveria ser considerado uma atividade saudável e natural.
No Brasil, psicólogos e médicos comportamentalistas começaram a se preocupar com as disfunções sexuais no início dos anos setenta. No entanto, o modelo cognitivo comportamental não constitui a única alternativa de abordagem para tratar dos problemas da vida sexual, de modo que esta problemática tem sido abordada produtivamente por diferentes escolas psicológicas, dentre as quais a cognitiva, a sistêmica, a gestáltica e a psicanalítica.
A abordagem psicanalítica entende as dificuldades sexuais como acontecer humano, que não admite a concepção do corpo-máquina a ser recondicionado comportamentalmente. Não entende os sintomas relativos à vida sexual como manifestações isoladas dos contextos sociais e históricos. As dificuldades nos relacionamentos podem se expressar por meio de sintomas como ejaculação precoce, disfunção erétil, inibição do desejo, ejaculação retardada e falta de orgasmo. Por outro lado, certamente, as dificuldades na vida sexual afetiva vão além desses sintomas conhecidos. Um casal pode ter um bom desempenho sexual do ponto de vista físico e não ter uma vida conjugal satisfatória, vivendo uma vida de aparência minada por relações extraconjugais.
Autor:Paulo César Ribeiro Martins
Professor da UEMS/FIPAR/AEMS
Doutor em Psicologia pela PUCCAMP
Professor da UEMS/FIPAR/AEMS
Doutor em Psicologia pela PUCCAMP
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