Lendo um dos maiores jornais do país, tomei conhecimento do suposto envolvimento de Romeu Tuma Júnior, Secretário Nacional de Justiça, com Li Kwok Kwen, também conhecido como Paulo Li, e apontado como um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo. Comecei então a pensar em seu pai, Romeu Tuma, a imaginar sua dor, a vergonha, e dele me apiedei.
Um pai, por pior e mais irresponsável que seja, instintivamente, começa a gostar de seu filho imediatamente após saber de sua fecundação, e espera, ansioso e preocupado, por seu nascimento.
O pai vai dar carinho e amor a esse filho, vai acordar diversas vezes com seus choros, vai correr durante a noite para o médico, tentando saber o porquê de seu filho estar chorando e com febre.
O pai vai se preocupar em não perder o emprego, e a trabalhar cada vez mais, pois agora precisa alimentar, vestir e educar seu filho, se possível em uma escola particular, mesmo custando os olhos da cara. Quer sempre que o filho seja melhor que ele, que tenha um futuro mais confortável, de melhor qualidade e com maior fartura.
O pai vai ficar extremamente feliz ao ver seu filho dar as primeiras pedaladas na bicicleta que comprou com o restinho de suas economias e ainda ficou devendo algumas prestações. Vai contar para todos os amigos como o pirralho está indo bem na escola e já tem a primeira namoradinha. Vai sofrer junto as angústias da aprovação ou não em um vestibular, torcendo para que o filho seja aprovado em uma Universidade Federal, para que os custos dessa formação se tornem possíveis.
Entretanto, alguns não têm essas satisfações, esses prazeres, por motivos diversos, como o seu filho haver se tornado, por opção própria, um drogado, um bandido, ladrão, ou então um corrupto, como supostamente estaria ocorrendo com Romeu Tuma Júnior.
Ainda assim, normalmente, o pai continua amando seu filho, participando com ele, sofrendo junto, buscando um bom advogado para defendê-lo, visitando-o na prisão, buscando-o na rua de madrugada após haver se drogado, tentando tirá-lo do vício, investindo agora todas as suas economias em um tratamento clínico que, ele mesmo sabe, dificilmente dará certo, pois nem sempre conta com a vontade do próprio interessado em sair do vício.
Esse é o pai que sempre perdoará e acolherá seu filho, e sempre será seu melhor amigo, por mais erros que tenha cometido e desilusões que tenha lhe causado. Porque o pai sabe que, mesmo doente, drogado ou ladrão, ele ainda é seu filho, sua semente, através do qual sempre sonhou se perpetuar na terra, ensinando-lhe desde cedo sobre moral, ética e suas experiências vividas.
A visão de que seu filho não se tornou o que esperava, mas sim um bandido ou viciado, é, certamente, um dos piores sentimentos que um homem pode ter, e mesmo assim o pai continua perdoando-o, amando-o.
Esse sentimento só não é o pior, por existir a possibilidade da perda desse filho, o que vai contra tudo o que se espera da natureza, de levar primeiro os mais velhos. Vai contra a preservação da espécie, a ordem natural das coisas, enfim, de tudo. É uma dor indescritível e incurável.
Nada dói tanto como um filho morto. E, apesar disso, esta ainda não é a pior dor. A pior dor é a daquele que, por vontade própria, sacrifica seu único filho para salvar a humanidade, como fez DEUS.
João Bosco Leal
Um pai, por pior e mais irresponsável que seja, instintivamente, começa a gostar de seu filho imediatamente após saber de sua fecundação, e espera, ansioso e preocupado, por seu nascimento.
O pai vai dar carinho e amor a esse filho, vai acordar diversas vezes com seus choros, vai correr durante a noite para o médico, tentando saber o porquê de seu filho estar chorando e com febre.
O pai vai se preocupar em não perder o emprego, e a trabalhar cada vez mais, pois agora precisa alimentar, vestir e educar seu filho, se possível em uma escola particular, mesmo custando os olhos da cara. Quer sempre que o filho seja melhor que ele, que tenha um futuro mais confortável, de melhor qualidade e com maior fartura.
O pai vai ficar extremamente feliz ao ver seu filho dar as primeiras pedaladas na bicicleta que comprou com o restinho de suas economias e ainda ficou devendo algumas prestações. Vai contar para todos os amigos como o pirralho está indo bem na escola e já tem a primeira namoradinha. Vai sofrer junto as angústias da aprovação ou não em um vestibular, torcendo para que o filho seja aprovado em uma Universidade Federal, para que os custos dessa formação se tornem possíveis.
Entretanto, alguns não têm essas satisfações, esses prazeres, por motivos diversos, como o seu filho haver se tornado, por opção própria, um drogado, um bandido, ladrão, ou então um corrupto, como supostamente estaria ocorrendo com Romeu Tuma Júnior.
Ainda assim, normalmente, o pai continua amando seu filho, participando com ele, sofrendo junto, buscando um bom advogado para defendê-lo, visitando-o na prisão, buscando-o na rua de madrugada após haver se drogado, tentando tirá-lo do vício, investindo agora todas as suas economias em um tratamento clínico que, ele mesmo sabe, dificilmente dará certo, pois nem sempre conta com a vontade do próprio interessado em sair do vício.
Esse é o pai que sempre perdoará e acolherá seu filho, e sempre será seu melhor amigo, por mais erros que tenha cometido e desilusões que tenha lhe causado. Porque o pai sabe que, mesmo doente, drogado ou ladrão, ele ainda é seu filho, sua semente, através do qual sempre sonhou se perpetuar na terra, ensinando-lhe desde cedo sobre moral, ética e suas experiências vividas.
A visão de que seu filho não se tornou o que esperava, mas sim um bandido ou viciado, é, certamente, um dos piores sentimentos que um homem pode ter, e mesmo assim o pai continua perdoando-o, amando-o.
Esse sentimento só não é o pior, por existir a possibilidade da perda desse filho, o que vai contra tudo o que se espera da natureza, de levar primeiro os mais velhos. Vai contra a preservação da espécie, a ordem natural das coisas, enfim, de tudo. É uma dor indescritível e incurável.
Nada dói tanto como um filho morto. E, apesar disso, esta ainda não é a pior dor. A pior dor é a daquele que, por vontade própria, sacrifica seu único filho para salvar a humanidade, como fez DEUS.
João Bosco Leal
www.joaoboscoleal.com.br
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