sábado, 6 de agosto de 2011

Biotecnologia mudou perfil da agricultura brasileira, diz pesquisador

Após anos de indecisão, o governo brasileiro passou a adotar postura pró-ativa em relação à biotecnologia, consolidando ambiente legal e administrativo para que ela se desenvolvesse no País. A avaliação é do engenheiro agrônomo Anderson Galvão, membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) e fundador da empresa Célere, voltada à consultoria ao setor do agronegócio. O pesquisador vai abordar o tema na Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central, evento que tem a participação do setor produtivo de Mato Grosso do Sul e acontece em Goiânia (GO), nos dias 11 e 12 de agosto de 2011.

"A legislação brasileira sobre biotecnologia é uma das mais modernas do mundo e a estrutura nela prevista, destacando a CTNBio, confere legitimidade ao processo. Além do mais, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) possui destacada experiência e competência no campo da biotecnologia para participar do processo de pesquisa e desenvolvimento de novos eventos transgênicos no Brasil", afirma.

Galvão enfatiza que o aumento na produtividade agrícola brasileira tem ligação estreita com a biotecnologia, principalmente com o uso de sementes melhoradas geneticamente. A batata, o cacau, o café, a cana-de-açúcar, o arroz, a cebola, a laranja, o milho, a soja e o tomate são alguns dos produtos com progresso expressivo nos últimos anos por meio do melhoramento genético e da seleção de cultivos de maior produtividade e resistência a fatores ambientais.

Quanto ao aspecto ambiental, o palestrante lembra que os principais benefícios associados à biotecnologia são a redução no volume de ingrediente ativo lançado no meio ambiente e na diminuição do consumo de água e diesel, decorrente do menor número de pulverizações nas lavouras. "Ainda temos a redução das emissões de gases de efeito estufa como consequência do menor uso de óleo diesel", acrescenta.

Segundo estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a adoção de novas tecnologias elevará a produção nacional de grãos nos próximos anos das atuais 160 milhões de toneladas para 280 milhões. A participação do Centro-Oeste será fundamental para esse crescimento, já que a região é considerada, atualmente, a segunda maior produtora de alimentos do País.

A Bienal
As vantagens econômicas e ambientais do uso da biotecnologia no País, bem como os caminhos que ela traça para a agricultura nacional, serão temas da 4ª Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central, que será realizada em Goiânia (GO) nos dias 11 e 12 de agosto, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufaiçal, Campus II da Universidade Federal de Goiás (UFG).

O evento é promovido pelas entidades representativas do segmento produtivo dos estados do Centro-Oeste ligadas à CNA: Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), de Goiás (Faeg), de Mato Grosso (Famato) e do Distrito Federal (Fape-DF). Por possuírem características agrícolas semelhantes, os estados se uniram na organização itinerante do evento, que nas edições anteriores aconteceu em Cuiabá (MT).

A Bienal colocará em pauta as discussões sobre as principais cadeias produtivas do Brasil Central – algodão, cana-de-açúcar, soja e milho – , avaliando a importância da região para os alicerces da agricultura nacional. O evento mostrará também como aproveitar as oportunidades de negócios e os desafios da verticalização da produção agrícola.


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