sexta-feira, 3 de junho de 2011

"X-Men: Primeira Classe" - Começando do começo

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Depois de dirigir com sucesso os dois primeiros filmes da franquia “X-Men” para a Fox, Bryan Singer resolveu assumir “Superman - O Retorno” para a Warner. Essa manobra foi encarada como uma espécie de ato de traição pela Fox, já que não apenas foi para uma produtora concorrente, como o Super é da DC Comics, concorrente da Marvel, que detém os direitos de X-Men. Por conta disso, a Fox chamou Brett Ratner, diretor que havia feito “A Hora do Rush”, para fazer o terceiro que, se não foi um fracasso de público, é reconhecidamente o mais fraco da trilogia original. Ao mesmo tempo, Singer não foi nada bem com sua homenagem-fetiche ao Superman.

De modo que “X-Men: Primeira Classe” marca o reencontro de Singer com a franquia que o fez famoso, mesmo ele atuando apenas como produtor. A direção, com pulso firme, diga-se, ficou por conta de Matthew Vaungh, que também não era estranho às adaptações, tendo arrancado elogios de público e crítica com seus “Stardust - O Mistério da Estrela” – adaptado do romance de Neil Gaiman, com ilustrações de Charles Vess – e “Kick-Ass: Quebrando Tudo”, adaptado da HQ de Mark Millar e John Romita Jr. A união dos dois cineastas acabou criando um dos mais competentes filmes de super-heróis dos últimos tempos.

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Xavier e Magneto: dois lados de uma mesma moeda

No longa, acompanhamos o desenvolvimento de Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lensherr (Michael Fassbender) até se tornarem os famosos Professor X e Magneto, dois dos mais poderosos mutantes do mundo, que acabam por polarizar este universo em relação às suas políticas. Xavier acredita em uma convivência pacífica entre humanos e mutantes, enquanto Lensher, por ter vivido os horrores da Segunda Guerra Mundial, não tem tanta fé na humanidade.

O enredo é fortemente calcado na relação (de amizade e respeito, antes do antagonismo) dos dois, ao mesmo tempo em que eles precisam montar uma equipe de mutantes para fazer frente à ameaça do Clube do Inferno, liderado por Sebastian Shaw (Kevin Bacon) e Emma Frost (January Jones).

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Rei Negro e Rainha Branca: os chefões do Clube do Inferno

O roteiro é muito esperto ao transformar a iminência de uma Terceira Guerra Mundial, através dos fatos históricos da quase instalação de mísseis nucleares russos em Cuba, durante os anos 60, em uma conspiração mutante para erradicação da espécie humana. Ao mesmo tempo, há espaço para o desenvolvimento dos personagens centrais. Bem, pelo menos do lado dos futuros X-Men. Aparentemente, ninguém liga muito para as motivações dos bandidos.

Do lado do Clube do Inferno, o único personagem bem desenvolvido é o próprio Sebastian Shaw. Mas muito disso é mérito de Kevin Bacon, que cria um maníaco completamente crível, além de parecer estar se divertindo enormemente ao longo das filmagens. Nesse sentido, o elenco todo está muito afiado, exceto, talvez, January Jones, que faz de sua Emma Frost um elemento mais decorativo. McAvoy e Fassbender são escolhas acertadíssimas para seus papéis.

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Um detalhe interessante em relação à trilogia original é a manifestação dos poderes de cada personagem. Um misto de boa preparação de atores, com efeitos especiais mais orgânicos, faz com que cada um realmente acredite (e, logo, nós também acreditamos) em seus poderes. Além disso as cenas de batalha aproveitam bem esse recurso, nos poupando do artificialismo das lutas mostradas em “X-Men 3 - O Confronto Final”, por exemplo.

Confira o trailer:

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